A crise nas confecções aumentou o número de desempregados no distrito
Grupo de Trabalho apresenta conclusões do Fórum
O futuro é o turismo

O Grupo de Trabalho da Beira Baixa salienta que a crise nas confecções terá consequências nefastas para a região e o País. Valorizar recursos, sobretudo no turismo, é por isso, o caminho a seguir.


Céu Lourenço
NC/Urbi et Orbi


"Beira Baixa, que futuro? Reflexão estratégica com enfoque territorial e
empresarial" foi o mote para um contributo visando o reposicionamento estratégico da economia da região e, cujo estudo, foi apresentado na segunda feira, 17, no Governo Civil pelo Grupo de Trabalho do distrito de Castelo Branco.
O Governador Civil, José Pereira Lopes, lembra que em Julho do ano passado, foi nomeado Manuel Lopes Marcelo para coordenar uma equipa de trabalho que "visava a elaboração de um documento no sentido de encontrar soluções tendentes ao combate à crise instalada no sector dos têxteis/confecções e, ao mesmo tempo, elencar medidas que permitissem o combate aos efeitos perversos da interioridade, no âmbito de uma política correctora das assimetrias regionais".
José Pereira Lopes considera que este estudo agora apresentado, "não é um documento perfeito e exaustivo, mas ele reflecte profundamente as carências desta região do Interior e é uma forte chamada de atenção para as suas enormes potencialidades, que vão da riqueza do seu património humano à sua diversidade cultural, das inigualáveis belezas paisagísticas aos sabores da sua variada gastronomia, das marcas indeléveis da sua história ao saudável meio ambiente que envolve toda a Beira Baixa, fazendo dela uma região onde vale a pena viver, investir ou simplesmente gozar férias, sendo por tal compreensível a aposta forte no turismo".
Manuel Lopes Marcelo salienta que "o encerramento diversas fábricas do sector de confecções, no distrito de Castelo Branco, é o facto recente que motivou a criação do Grupo de Trabalho, visando encontrar uma resposta para a crise social que o desemprego de alguns milhares de pessoas acarretaria, agravando ainda mais as condições de crescimento e de desenvolvimento de uma região já por si desfavorecida pela sua localização periférica nacional".
Relativamente à crise de emprego dos têxteis, o coordenador refere que esta "vai ter efeitos nefastos em todo o território pois, rompendo violentamente o seu tecido social, inviabiliza a sua necessária coesão, condição necessária ao crescimento e desenvolvimento sustentado de qualquer região" frisando que "o diagnóstico feito apontou para a necessidade de uma abordagem mais abrangente, que fosse para além de uma resposta imediatista à questão, visando apontar medidas que permitam o combate aos efeitos perversos da interioridade e corrigir as assimetrias regionais".
Lopes Marcelo salienta que "uma verdadeira estratégia de desenvolvimento regional implicaria a existência de um quadro institucional político - administrativo que acomodasse orgãos de representação e de decisão legitimados pela população, dispondo de autonomia e capacidade para gerir o processo de captação de recursos e respectiva afectação aos objectivos e prioridades do desenvolvimento regional. São estes os pressupostos e as condições mais favoráveis à constituição de um Centro de Racionalidade política e económica".
O Grupo de Trabalho, propõe ainda no âmbito do Programa Leader a realização anual de um Fórum Regional que consolide as redes regionais de parcerias e animadores, valorizando as linhas de força e os objectivos do desenvolvimento integrado e auto - sustentável.