A conferência organizada pelo NESUBI serviu para assinalar o Dia do Estudante
Dia do Estudante
Investir no Superior é prioritário

O desenvolvimento do País está dependente do bom funcionamento das suas universidades. Apoiar estas instituições é uma necessidade relevante.


Por Eduardo Alves


Reforçar o investimento no ensino deve ser uma prioridade do Governo. Uma tese defendida por Pedro Lourtie, ex-secretário de Estado do Ensino Superior.
Afirmações feitas ao longo da conferência intitulada "O presente e o futuro do Ensino Superior em Portugal". Uma iniciativa levada a cabo pelo Núcleo de Estudantes Socialistas da Universidade da Beira Interior (NESUBI) no dia 24 de Março.
As universidades são os locais "onde se reúne o conhecimento válido", defende Luís Carrilho, vice-reitor da UBI e também participante nesta conferência. Um facto que aumenta a importância destes organismos e sustenta a ideia de uma maior abertura por parte do Estado. Para Luís Carrilho, vive-se cada vez mais "numa sociedade do conhecimento". A ligação desta sociedade com as universidades é vital e deve ser fomentada nos próximos tempos.
O desenvolvimento do País advém da investigação e das capacidades humanas e tecnológicas das universidades. Uma condição só alcançada através da inovação destes estabelecimentos de ensino. Algumas das ideias defendidas ao longo da palestra dizem respeito à melhoria de condições e ao reforço das investigações realizadas nas instituições do ensino superior. Objectivos só atingidos com o devido apoio do Estado.
Quanto ao aumento das propinas, o orador convidado pelo NESUBI mostrou alguma discordância. Pedro Lourtie afirma que o aumento das taxas só faz sentido se essas verbas forem aplicadas "nos estabelecimentos e na investigação".
Para Lourtie, "Portugal e a Europa apresentam algumas lacunas a este nível". O ex-secretário de Estado revela que os países do velho continente apenas investem em média 1,3 por cento do seu PIB, no ensino superior. Ao contrário dos Estados Unidos da América onde a percentagem ronda os 2,4 por cento. Esta fraca aposta é, em seu entender, geradora da crise de competitividade que se vive.
Cristina Granada, também esteve presente no colóquio em representação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS). Hélio Fazendeiro, do NESUBI refere que todos os partidos com assento no Parlamento foram convidados, mas só os socialistas responderam.

Uma janela para o entendimento

Os países constituintes do espaço europeu devem procurar o entendimento. Ao nível do ensino superior, o Tratado de Bolonha é um dos documentos que visam esse objectivo. O ex-secretário de Estado refere que nesta temática "a Europa caminha para a unificação das suas licenciaturas".
Na perspectiva de Lourtie, este não é o melhor caminho. "A diversidade é um factor a preservar" avança o ex-secretário. Sem deixar de lado o entendimento entre as universidades, o orador convidado pelo NESUBI defende que as instituições ricas em determinados saberes "devem mantê-los e não alinhar por normativas gerais".