Joaquim Cardoso (Cyclones) e Vitorina Mourato (Atletismo Clube de Portalegre) foram os vencedores da prova rainha do I Grande Prémio de Atletismo Município do Fundão, realizado nas Donas. Na manhã do último domingo, 6, os cerca de 750 atletas contaram com o apoio do público que acorreu em massa ao longo do percurso.
Esta prova resulta da fusão do Grande Prémio de Atletismo das Donas com o Grande Prémio Cerejeiras em Flor, duas das mais representativas organizações da região, embora de cariz diferente. Neste novo modelo adoptou-se a orientação mais popular, característica do G.P. Donas.
Os organizadores, Câmara Municipal do Fundão e Grupo de Convívio e Amizade nas Donas (GCAD), pretenderam criar um evento mais virado para os escalões de formação e que desse a conhecer a rota das cerejeiras em flor. Paulo Fernandes, vereador com o pelouro do Desporto na autarquia fundanense, frisou que a filosofia da prova passa por torná-la atractiva a nível nacional em termos de camadas jovens, e manifestou-se agradado com o número de jovens atletas presentes. Quanto à prova de absolutos, o edil diz que é importante que seja uma prova "digna, e também atractiva, no contexto regional". Paulo Fernandes diz ainda que esta foi também uma forma de homenagear o clube das Donas "como uma entidade de referência do atletismo no concelho", por isso as provas tiveram como palco as ruas daquela localidade. A excepção foi a prova de absolutos que partiu do Fundão e ao longo dos dez quilómetros passou ainda por Valverde e Carvalhal, com destino à meta instalada nas Donas.
Vítor Dias, presidente do GCAD, aponta como principal objectivo desta prova conseguir um grande número de inscrições nos escalões jovens. E as as expectativas acabaram por ser superadas, já que esta se tornou a prova com maior número de participantes realizada no distrito. O facto de 500 das 750 inscrições serem das camadas de formação só deixa o dirigente ainda mais satisfeito.
Vítor Dias fez um balanço positivo da prova, "tanto a nível desportivo como organizativo", afirma, e salientou que a presença de vários campeões das beiras contribuiu para um excelente nível competitivo. O presidente do GCAD acrescentou ainda que não foi preciso acenar com elevadas somas, como acontecia nas Cerejeiras em Flor, para trazer nomes de peso à prova sénior.
O que originou algum descontentamento foi a alteração do nome do Grande Prémio de Atletismo das Donas, que ia já para a 16ª edição. Vítor Dias entende esse descontentamento e confessa que também lhe custou fazer essa cedência imposta pela Câmara. Mas acrescenta que quando há uma parceria tem de haver cedências de parte a parte, e essa opção foi uma das contrapartidas. Quanto à actual designação, o dirigente explicou que lhes foi proposta com o intuito de ser mais abrangente e poder reunir todas as colectividades populares que participaram.
A apadrinhar a prova esteve Inês Monteiro, atleta internacional. Não correu por se encontrar lesionada, mas aceitou o convite da organização para estar presente por esta ter sido uma das primeiras provas que fez quando iniciou a carreira. Exceptuando a mudança do nome e uma melhoria na organização disse não ter notado grandes diferenças. Inês Monteiro atribui às provas populares uma grande importância, principalmente para os mais jovens e veteranos, porque reconhece que esta é a forma que têm de praticar a modalidade.