Auto-estrada da Beira Interior
Cerca de oito mil automóveis passam todos os dias na A23

Em 2002, cerca de oito mil condutores utilizaram, diariamente, a Auto-Estrada da Beira Interior (A23). Em relação ao ano passado, foram mais mil os utilizadores. Os acidentes continuam a aumentar.

João Alves
NC/Urbi et Orbi

Cerca de oito mil veículos passaram todos os dias na Auto-Estrada da Beira Interior (A23), no ano passado. O dado é avançado pela concessionária desta via, a SCUTVIAS.
Comparando este números com os do ano passado, é possível verificar que houve um acréscimo de quase mil automóveis por dia. É que em 2001, a Taxa Média Diária Anual cifrava-se nos 7110 condutores. A concessão vai de Abrantes Oeste à Guarda Norte, totalizando cerca de 178 quilómetros.
Para este acréscimo, no entanto, terá contribuído fortemente a abertura do troço entre Belmonte e Guarda, numa extensão de 33 quilómetros, bem como a entrada em funcionamento do troço entre Gardete e Fratel. No primeiro, a A23 veio entroncar no IP5, e no segundo caso, encontrou-se com o IP6. Logo, as saídas para Norte e Sul do País ficaram mais facilitadas, daí presumivelmente o aumento de tráfego. A SCUVIAS aponta para que no final do ano as obras da Auto-Estrada estejam concluídas. No final de 2003 (pelo menos era isso que os prazos iniciais apontavam) entrarão em serviço os lanços Alcaria-Teixoso, numa extensão de 22 quilómetros e os 44 quilómetros de Gardete. Em Outubro, a duplicação do Túnel da Gardunha também estará concluída.

Mais acidentes

Se em 2000 se registaram 27 acidentes com vítimas na Concessão e em 2001 esse número cresceu para 62, no ano 2002, com a abertura de novos troços, o número disparou para 77 acidentes. Destes, o número total de vítimas foi de 125, o número de feridos ligeiros ficou-se nos 89, os graves foram 34 e os mortos, apenas dois. A SCUTVIAS refere que "não existem pontos de acumulação de acidentes" ao longo da Auto-Estrada, pois os acidentes "ocorrem de forma dispersa por toda a rede viária". Segundo a Concessionária, "não existem dúvidas que as Auto-estradas são estradas mais seguras", quer pela sua qualidade de perfil, pelo tipo de construção bem como pela Conservação, "oferecendo um alto índice de segurança" A SCUTVIAS refere ainda que a condução de um veículo numa Auto-estrada é "uma tarefa cuja a execução é em parte automática" e que essa automatização é "em princípio, positiva, já que possibilita ao condutor um pequeno esforço mental para desempenhar a tarefa de condução". Porém, e em contrapartida, refere a Concessionária, "tem a desvantagem de, nalguns casos, poder diminuir até níveis muito baixos o alerta geral por parte do condutor. O estado psicofisiológico do condutor, caracterizado por manifestações de adormecimento e lapsos de atenção origina um baixo nível de alerta por parte do condutor, podendo correr o risco de acidente rodoviário, pois é mais provável que nesse estado se cometam falhas". A SCUTVIAS afirma que as falhas humanas estão por detrás da maioria dos acidentes rodoviários e que o que se tem verificado é que os condutores, perante condições climatéricas adversas, "não reduzem a velocidade", sedno esse excesso de velocidade uma das principais causas de sinistros. Mas há mais factores, como por exemplo a sonolência e o cansaço. "O tempo prolongado de condução sem intervalos de descanso impede, por exemplo, o controlo simultâneo da velocidade e trajectória, podendo influenciar o tempo e qualidade de reacção" salienta a Concessionária, que alerta ainda para as distracções causadas pelo uso de telemóvel ou a recolha de objectos dentro do veículo enquanto se mantém a condução.