Um grande número de populares fez questão de ver de perto a requalificação da ponte
Após dois anos de interdição
Trânsito volta a passar na Ponte Pedrinha

Depois de várias paragens nas obras, a recuperação da Ponte Pedrinha está concluída. A reabertura oficial foi no passado domingo, data em que decorreu a inauguração do Parque de Campismo do Tortosendo e foi anunciada a criação de uma unidade agro-alimentar que vem trazer 150 postos de trabalho.


Por Catarina Rodrigues


A população do Ferro voltou a estar mais próxima da cidade da Covilhã. Depois de mais de dois anos encerrada, a Ponte Pedrinha reabriu ao trânsito no passado domingo, 1 de Junho. Foram muitos os populares que quiseram assistir à cerimónia e ver de perto a requalificação conseguida pelo Instituto de Estradas de Portugal. Um investimento que ultrapassou os 750 mil euros.
Recorde-se que a ponte foi encerrada em Março de 2001, depois de uma inspecção nacional que se seguiu à tragédia de Entre-os-Rios. A freguesia do Ferro foi então a mais prejudicada com o sucedido. Os habitantes da localidade passaram a percorrer um maior número de quilómetros para se deslocarem, por exemplo, para o local de trabalho.
Albano Oliveira, director de Estradas do distrito de Castelo Branco, explica que "por motivos operacionais a ponte estará interdita à circulação de veículos pesados". Apenas podem fazer a travessia ligeiros e autocarros. O responsável acrescenta que os trabalhos de recuperação manifestam o cuidado em "manter a traça original da ponte que é centenária". Houve no entanto quem tivesse uma opinião contrária. José Nascimento, presidente da Junta de Freguesia de Peraboa, admite que preferia ver "a protecção da ponte em granito, como era antigamente" e não com o gradeamento vermelho como está agora. Mas esta escolha é justificada por Albano Oliveira pelo facto de no Inverno o leito do rio inundar a ponte. "Se tivesses a protecção fechada teríamos problemas", explica.
Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã sublinha que "é mais difícil reconstruir uma obra do que começar do zero". Daí que a conclusão da infra-estrutura tivesse levado tanto tempo.

Turismo e emprego

O Parque de Campismo tem uma área de dois hectares e meio de terreno

Na mesma data foi inaugurado o Parque de Campismo "Carlos Pinto", no Tortosendo. O autarca diz que esta é "uma obra importante para o aproveitamento do Rio Zêzere". Pinto garante que a Covilhã está a fazer tudo o que está ao seu alcance para não poluir o rio "agora é preciso que os outros concelhos façam o mesmo".
Numa área de dois hectares e meio de terreno, o Parque de Campismo dispõe de um restaurante, edifícios de apoio com duche, roupeiros, locais para lavagem de roupas e loiças, um ecoponto e zonas de merendas. A infra-estrutura tem capacidade para acolher 200 tendas ou caravanas e dispõe de uma zona de expansão para a construção de um espelho de água que poderá integrar uma praia fluvial e uma área de lazer para embarcações de recreio.
Segundo Carlos Abreu, presidente da Junta de Freguesia do Tortosendo, o Parque de Campismo tem todas as condições para entrar nos "Roteiros Internacionais". A infra-estrutura entrará em funcionamento dentro de dias, assim que terminar o concurso para a entrega do restaurante.
O investimento no Parque ronda os 500 mil euros a cargo da autarquia que contou com uma comparticipação de 20 por cento da Associação de Desenvolvimento Rural RUDE. Carlos Pinto salientou o facto de não ter tido qualquer apoio da Administração Central. A existência de um maior apoio do Governo para a região será uma das reivindicações que Pinto irá colocar ao primeiro ministro Durão Barroso, quando este visitar a Covilhã no próximo dia 26 de Julho.
O edil covilhanense aproveitou a cerimónia de inauguração do Parque de Campismo para anunciar que dentro em breve será instalada uma unidade agro-alimentar no Parque Industrial do Tortosendo. A infra-estrutura permitirá a criação de 150 postos de trabalho. Mas Pinto recusou adiantar mais pormenores sobre o assunto, acrescentando que ainda estão a decorrer as negociações com uma empresa nacional. O investimento rondará os sete milhões e meio de euros.



A habitação social está concluída, mas é necessário aguardar a decisão do tribunal



"Fazedores do nada"



Na passagem pelo Tortosendo, o presidente da Câmara da Covilhã visitou a habitação social construída no Bairro do Cabeço. Ao todo são 148 fogos destinados a famílias carenciadas. As obras estão concluídas mas as casas não podem ser entregues porque a direcção do Sport Tortosendo e Benfica instaurou uma acção judicial à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia.
O Clube alega ser proprietário dos terrenos onde as habitações foram construídas pela empresa SOMAGUE. Mas a Junta assegura ser proprietária do terreno que estava ao abandono há mais de 30 anos. As duas entidades não colocam sequer a hipótese de perder a acção em tribunal.
"Uma dúzia de fazedores do nada estão a impedir a entrega das habitações", afirma Carlos Pinto. O autarca diz que as casas estão prontas e as chaves podem ser entregues a qualquer momento às famílias carenciadas. Numa visita às habitações, Pinto frisou a "qualidade acima da média neste tipo de habitação". Segundo Carlos Abreu as casas não estão já habitadas por culpa de "alguns dirigentes do clube Sport Tortosendo e Benfica, ligados ao PS, que já tiveram responsabilidades políticas e nada fizeram para ajudar a população".