A docente explicou o papel dos prefixos e dos sufixos que tiveram origem nos termos gregos e latinos
Provas de doutoramento
Genealogia dos prefixos e sufixos verbais

Os verbos da lírica de Camões foram estudados na sua morfologia pela primeira vez no nosso País. Uma tese abrangente que recorda a formação da nossa Língua.


Por Eduardo Alves


Reina Troca Pereira, professora assistente do Departamento de Letras, apresentou provas de Doutoramento, ontem, 23 de Junho. "Contributos da afixação greco-latina para a definição do valor do aspecto verbal em português" foi o título do trabalho realizado. Uma tese que segundo a autora serve para "explicar qual o papel dos prefixos e dos sufixos que tiveram origem nos termos gregos e latinos". A título de exemplo o verbo "saltitar", que possui o sufixo "itar". Em português, este termo incluído na expressão reporta o sentido da palavra para um "saltar pouquinho", com alguma intensidade e frequentemente. O estudo serve para "saber qual foi a origem deste tipo de prefixos e sufixos e explicar o seu valor", acrescenta a autora.
Como corpus de análise para esta tese, Reina Pereira escolheu a obra lírica de Camões. "Foram retirados todos os verbos existentes na lírica camoniana e depois estudados aqueles que tinham prefixos e sufixos", explica a docente.
Um estudo considerado como suporte para possíveis avanços teóricos sobre o tema e que, no ponto de vista de Reina Troca Pereira "não é elitista". As bases teóricas aplicadas neste estudo provêm de termos científicos usados inicialmente nas línguas nórdicas. A novidade desta tese é a utilização destes mesmos conhecimentos nas expressões verbais e em determinados vocábulos, presentes na língua portuguesa.
O júri foi constituído por José Freire, professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, João Malaca Casteleiro, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, António Fidalgo, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, Jorge Barbosa, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, António Santos Pereira, professor associado da UBI, Maria Antonieta Garcia e Paulo Osório, professores auxiliares da UBI. Os arguentes foram José Freire e Malaca Casteleiro. Reina Troca Pereira obteve aprovação na tese de doutoramento.