O anfiteatro da Parada é o espaço mais adequado para acolher a Cinubiteca
Portas abertas à sétima arte
Cinubiteca como estrutura fundamental

A abertura do curso de Cinema na Universidade da Beira Interior implica a criação de espaços adequados para o seu funcionamento. Às infra-estruturas físicas e técnicas acrescenta-se ainda a criação de hábitos culturais. Ingredientes importantes para o sucesso da nova licenciatura.


Por Catarina Rodrigues


"A Cinubiteca é uma estrutura fundamental para apoiar a licenciatura em
Cinema". As palavras são de António Fidalgo, director do curso e presidente da Faculdade de Artes e Letras da UBI, onde a nova licenciatura será integrada. Cinubiteca é o neologismo criado a partir de "cinemateca" e "UBI" para designar a cinemateca ubiana. A intenção é ter a nova infra-estrutura pronta já em Outubro, a funcionar logo no início do curso.
Segundo António Fidalgo, a Cinubiteca contempla três vertentes: o espaço
físico de projecção, o fundo fílmico e a cultura cinéfila.
Como sala de projecção o local que melhores condições apresenta para o efeito é o Anfiteatro 1, conhecido como o Anfiteatro da Parada. Santos Silva, reitor da UBI, não vê nenhum problema na realização de algumas intervenções que permitam tornar o espaço mais adequado para essa finalidade. O orçamento do Departamento de Comunicação e Artes já contempla as verbas necessárias para proceder à transformação da referida sala na Cinubiteca.
O segundo ponto é a criação de um fundo fílmico que compreenda toda a
história do cinema. Frederico Lopes, docente da área de cinema, compara a
cinubiteca a uma biblioteca, que em vez de livros para leitura e estudo terá
filmes para visionamento e estudo. "Como medida de recurso podemos obter filmes em formato DVD, que é o que estamos a fazer", afirma.
António Fidalgo e Frederico Lopes sublinham ainda a importância de uma
cultura cinéfila a desenvolver na Cinubiteca. A ideia é organizar ciclos de
cinema, conferências e debates. Os alunos da licenciatura poderão, desse
modo, enriquecer paralelamente a sua formação cultural e artística. Em
particular, prevê-se uma forte ligação da Cinubiteca ao Cineclube da Beira
Interior (CCBI). Sendo Frederico Lopes o presidente da direcção do
Cineclube, não será difícil levar por diante a ligação e a cooperação. Ele
próprio, considera que "com a criação desta licenciatura, o Cineclube
passará a ter um público ainda mais exigente".
Para a abertura do ano lectivo, o CCBI está a programar um ciclo subordinado ao tema "Cinema e Arquitectura". Deste modo não se comemora apenas o ano nacional da Arquitectura, mas também o facto de, em simultâneo, surgirem estas duas novas licenciaturas na UBI", explica Frederico Lopes.

Alargar o espaço da Universidade

A nível de docentes o novo curso contará essencialmente com o apoio de
professores da Universidade da Beira Interior. "Existem pessoas muito
ligadas ao Cinema a fazer trabalhos de investigação nessa área, alguns já em fase de conclusão de doutoramento", explica António Fidalgo. A UBI conta também com o apoio de João Mário Grilo, conhecido realizador português e docente na Universidade Nova de Lisboa.
António Fidalgo acrescenta que o novo curso irá reforçar a componente da
área da imagem que já existe na Universidade e desse modo aproveitar mais e melhor as estruturas e equipamentos já existentes. Também o reitor Santos Silva sublinha que parte da estrutura laboratorial necessária para o curso está feita. "Temos estúdios equipados como o CREA e o Cybercentro que assumem aqui um papel fundamental", afirma.
Num futuro próximo serão necessários ainda mais espaços para esta
licenciatura. A construção de um plateau, de 400 metros quadrados com 10
metros de altura será o próximo passo. Uma espécie de estúdio para fazer
filmagens. Santos Silva explica que a Universidade está a estudar qual o
local que será mais adequado para o efeito, mas acrescenta que "espaços não faltam". O reitor dá como exemplo uma área ainda existente na antiga fábrica do Paulo de Oliveira que pertence à UBI.