Luís Garra, à esquerda, apresentou o problema da Nova Penteação ao primeiro ministro
Trabalhadores da Nova Penteação fazem-se ouvir
Durão ouve protestos na Covilhã

Representantes dos 460 trabalhadores da Nova Penteação fizeram-se ouvir frente ao primeiro ministro. Um pedido de ajuda ao Governo para ajudar na viabilização da unidade têxtil.


Por Catarina Rodrigues


Dezenas de trabalhadores da Nova Penteação aguardaram a chegada do primeiro ministro à Covilhã. Em frente à Câmara Municipal, Durão Barroso ouviu alguns apupos e pedidos de ajuda para a viabilização da empresa.
No final o chefe do Governo reuniu com representantes do sindicato e da unidade têxtil e prometeu tentar ajudar a resolver o problema. Mas, segundo Barroso "a solução terá que ser encontrada pelo sector privado". O que o Governo pode fazer nesta matéria é "arranjar um complemento social", afirma sublinhando que "não é possível garantir o futuro da empresa se não houver um privado interessado".
Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, ficou satisfeito com o encontro, uma vez que teve oportunidade de expor os problemas dos trabalhadores ao chefe do Governo português.
Amanhã, quarta feira, 30 realiza-se mais uma Assembleia de Credores da Nova Penteação. Paulo de Oliveira, um dos empresários interessados na indústria esteve presente nas cerimónias realizadas com o primeiro ministro na Covilhã e garantiu que irá apresentar uma proposta de viabilização para a unidade fabril. O empresário recusou no entanto adiantar pormenores sobre o conteúdo da proposta.
Garra afirma que "vai continuar o esforço para que a empresa seja viabilizada no quadro de respeito pelos direitos dos trabalhadores e de manutenção dos postos de trabalho". O sindicalista explica que esta foi a linha de argumentação apresentada a Durão Barroso.
Segundo Luís Garra, depois do encontro "ficou aberta a possibilidade de através do assessor do primeiro ministro para as questões sociais e laborais se estabelecerem os contactos que forem necessários".
Durão Barroso diz acreditar no futuro dos têxteis portugueses. "Se há indústria têxtil de excelência na Áustria e na Suíça porque é que não pode haver também em Portugal", questiona. O primeiro ministro refere que "o Governo está apostado nisso" e acrescenta que "não é mantendo artificialmente os postos de trabalho que a situação se resolve".
Barroso salienta a importância do "emprego sustentado" e sublinha o papel que a Universidade da Beira Interior tem vindo a desempenhar "em benefício de toda a região".