Promessas à espera de reposta
Espaços culturais da Covilhã e Fundão aguardam financiamento

Continuam à espera de verbas o Centro de Artes da Covilhã e recuperação do Cine-Teatro da Gardunha, no Fundão. O ministro da Cultura, Pedro Roseta, adia a resposta para 2004.

Carla Loureiro
NC / Urbi et Orbi


O futuro Centro de Artes da Covilhã continua à espera de garantias para sair do papel. A julgar pelas palavras do ministro da Cultura, o covilhanense Pedro Roseta, só lá para 2004 é que poderá haver uma resposta quanto aos pedidos de financiamento da autarquia local para a construção do equipamento cultural. "Antes do final do ano, não haverá nada de concreto, pois temos que conseguir um reforço do Programa Operacional da Cultura, até Novembro", esclarece Pedro Roseta.
A construção da infra-estrutura foi uma das obras que o presidente da Câmara da Covilhã relembrou no discurso que proferiu perante o primeiro-ministro, Durão Barroso. Carlos Pinto permanece, no entanto, optimista e acredita que o Centro de Artes "estará pronto, se a vontade dos homens do Ministério assim o quiserem". Mas, alerta o ministro da Cultura, "não se pode fazer tudo ao mesmo tempo". "O Governo tem que distribuir os recursos o melhor que sabe", afirma Roseta.
Recorde-se que a construção do Centro de Artes conta já com uma comparticipação do Estado no valor de cinco milhões de euros. Mas o espaço projectado representa um investimento de cerca de 12 milhões. Continua, assim, adiado o desejo da cidade vir a usufruir de um equipamento que albergue vários espaços destinados à cultura. De onde se destaca uma sala de teatro, um centro de congressos com 800 lugares, uma galeria de exposições, quatro salas de cinema e um restaurante com capacidade para 100 pessoas.

Cine-Teatro Gardunha

No Fundão, persiste também o sonho de ver de novo o Cine-Teatro Gardunha de portas abertas. Uma ambição que custa mais de dois milhões e meio de euros e que o presidente da Câmara Municipal, Manuel Frexes, quer ver contemplado em PIDDAC do próximo ano. Até porque, o ministro da Cultura, Pedro Roseta, quando confrontado com este assunto, dá a mesma resposta do Centro de Artes da Covilhã: "Os recursos são escassos e antes do final do ano não haverá nada de concreto".
Ainda assim, Frexes não desarma e garante continuar a fazer pressão para que em 2004 a obra não fique fora do Plano de Investimentos do Estado. Para o Cine-Teatro Gardunha, apesar de ainda não haver projecto, pois as negociações com os proprietários do espaço estão a decorrer, está previsto, explica o autarca, a requalificação total do interior, que é "calamitoso". "Gostaria de ver ali nascer a futura Casa da Cultura do Fundão, com espaços de teatro, cinema, espectáculos, congressos, salas de exposição e de lazer", revela Manuel Frexes. No fundo, continua, transformar o Cine-Teatro Gardunha, fechado desde o início dos anos 80, "numa referência cultural para toda a região". "Como seguramente será o Centro de Artes da Covilhã", remata.