Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Rui Raposo viu-se envolvido num acidente e foi desclassificado

Isto é uma injustiça e um incentivo à desistência". Rui Raposo desabafa assim depois do incidente em que se viu envolvido na última etapa do Nacional de Rallycross, na pista de Sever do Vouga, no sábado, 26. O piloto beirão esteve envolvido num acidente com Fernando Pacheco e acabou desclassificado pelos comissários da prova.
Tudo se passou logo na primeira volta da final da Divisão A2. Raposo arrancou da sexta posição mas consegui chegar à primeira curva em segundo lugar, na contracurva seguinte, descreve, "sofri um toque mas aguentei o carro. Não me apercebi de mais nada. Depois mostraram-me a bandeira preta e não percebi a razão". O que se passou, e que o piloto não viu por se encontrar dentro da viatura, é que o seu Opel Kadet sofreu um toque do Citroen AX do actual líder do Campeonato. Pacheco não conseguiu segurar o seu veículo, embate nos pneus de protecção e capota para cima do carro de Raposo que, ainda assim, consegue prosseguir na segunda posição.
Segundo a versão dos juízes, terá sido o piloto beirão a provocar o choque, pelo que lhe mostraram a bandeira de desclassificação. Raposo não se conforma e exige explicações, mas nem as imagens audio-visuais conseguidas por Paulo Fafaiol, chefe da equipa VR2, junto de um operador de câmara, que provam a inocência do piloto, chegaram para demover os comissários.
Este é um revés bastante sério que compromete as aspirações de Raposo no Nacional. Caso ficasse à frente de Pacheco, o piloto beirão ascendia à liderança da tabela do Nacional. Agora, após esta desclassificação, nem sequer pontua. A três provas do fim do calendário, Raposo não perde a esperança mas também não tem ilusões: "Não é impossível, mas as hipóteses são agora menores". Em termos legais pouco haverá a fazer, uma vez que os regulamentos da Federação impõem o pagamento de uma caução de dois mil e 500 euros para apresentação do protesto, que tem que ser feito num prazo de meia-hora relativamente à decisão dos juizes.
A estreia do piloto covilhanense na Pista de Sever do Vouga não foi, por isso, a melhor. Raposo não gostou das condições do piso, nem do traçado, pouco favorável ao rendimento do seu motor. A classificação para a final foi difícil e o corredor não conseguiu melhor que a sexta posição da grelha. "Foi um fim-de-semana para esquecer", diz. É que para além de não ter amealhado qualquer ponto na luta pela liderança, viu Fernando Pacheco ampliar a vantagem, e ainda tem um carro amassado para preparar para a próxima etapa.