Festa infantil
Crianças "irradiam sol" no segundo ano de actividade do ATL

Depois de dois anos de existência, o A.T.L. "Os Raios de Sol", festeja mais um final de um ano lectivo. A funcionar durante todo o ano, este centro proporciona ensinamentos e aprendizagens a todas as crianças dos cinco aos 14 anos.

Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


O A.T.L., "Os Raios de Sol", integrado no Projecto de Luta Contra a Pobreza ReAgir, festejou, na passada quinta-feira, 14, mais um ano de actividade no auditório das novas instalações da Associação de Socorros Mútuos "Mutualista Covilhanense".
A festa final de encerramento do presente ano lectivo contou com uma tarde comemorativa de grande animação e alegria, em que as crianças deste centro prepararam um pequeno programa para celebrar com os seus familiares e amigos e idosos da Mutualista Covilhanense. Segundo a técnica de intervenção social, Teresa Nicolau, a escolha do local desta iniciativa tem a ver com o "imperativo de fazer a aproximação intergeracional de netos e avós".
Os jovens destes tempos livres representaram uma adaptação teatral do conto infantil "A Bela Adormecida", proporcionaram aos presentes um esquema de dança ao som de música pop e, por fim, recitaram alguns poemas. "A peça de teatro, as danças e as poesias foram todas escolhidas pelas crianças. Nós só coordenámos e ensaiámos as falhas que eles tinham", revela o animador do projecto e responsável pelo ATL, Hugo Andrade.
Depois de toda a actuação dos jovens, a festa terminou com a entrega de certificados e lembranças às crianças e com um lanche convívio.
Contente com a prestação das "suas" crianças, Hugo Andrade salienta que "isto foi uma pequena amostra de todas as actividades que eles realizam aqui durante todo o ano lectivo".
Actualmente, o ATL conta com 22 crianças e tem capacidade para 30 entre os cinco e os 14 anos e funciona com dois grupos: um grupo de 15 crianças de manhã e outro de 15 à tarde. No entanto, durante as férias, o ATL "torna-se por vezes pequeno porque o grupo da manhã e da tarde junta-se todo o dia", declara o responsável. "Os Raios de Sol" também aceitam crianças carenciadas que, segundo o responsável, neste momento, são cerca de 11.
Emocionada por ter que deixar o ATL, Andreia Macedo, 15 anos, confessa ao NC o quanto gostou de estar todo este tempo no centro. "Vou sentir muita falta disto. Aqui eu divertia-me e aprendi muita coisa. Também ajudava os mais velhos e brincava com os mais novos", refere.

"Balanço é bastante positivo"

Tendo, inicialmente começado a funcionar só nos meses de Verão, hoje, com dois anos de vida, o ATL, com novas instalações e "boas condições", "está a funcionar durante o período escolar e durante o período extra-escolar, inclusive durante as férias do Natal, da Páscoa, do Carnaval e nas interrupções lectivas", confessa o animador. Desde o computador e Internet até à biblioteca, os jovens do ATL têm muito material ao seu dispôr para estudar e para brincar. "Aqui apostamos mais no apoio dos trabalhos de casa durante a época escolar e nas férias podem fazer pesquisa e todo o tipo de investigação com o todo o material que têm à disposição no ATL", sublinha. Para além de poderem estar à frente do monitor, Hugo Andrade diz que, nas férias escolares, os pequenos também aproveitam para "apostar noutras actividades plásticas, nas visitas, nos passeios, no desporto e na culinária, sendo estas as principais ideias".
Mas estes tempos livres não servem só para ajudar a passar o tempo, mas para "despreocupar os pais que muitas vezes não sabem onde hão-de deixar os filhos quando chegam as férias", anuncia o animador do projecto. E continua: "Também não deixamos escapar a oportunidade de explorar tudo o que as crianças têm, certos talentos que muitas vezes estão escondidos".
Hugo Andrade enfatiza que o "balanço é bastante positivo". "Quando as crianças entraram, tinham um certo tipo de vida, tinham uns comportamentos menos próprio para a idade e conseguimos mudar isso neles. Demos apoio e conseguimos mudá-los", conclui.




O Projecto acaba, mas o Centro não



O Projecto de Luta Contra a Pobreza, com um ano a mais da sua data limite, acaba este ano. "Este Projecto termina impreterivelmente em Dezembro de 2003", afirma o vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, Manuel Lousa Nicolau. Sendo o presente ano uma concessão especial, o vice-provedor sublinha que "foi solicitado um prolongamento que pensamos que foi muito bem aceite porque havia projectos que ainda estavam no terreno". Por outro lado, não fazia sentido acabar com um projecto, pois "havia verbas ainda disponíveis", revela Lousa Nicolau. No entanto, mesmo com o culminar deste projecto, o Centro Comunitário Portas do Sol está aí e vai continuar a exercer actividade onde for necessário", garante.
Uma necessidade que apareceu já ligada relacionada com aquele Centro Comunitário é "uma espécie de apoio domiciliário", anuncia o vice-provedor. "Não o tradicional, aquele que se limita à higiene pessoal da casa, mas o oferecer outros serviços", refere. Ir à farmácia, conversar, ler, escrever são algumas das necessidades que este apoio vai completar.