Há meses atrás, era assim que o acesso a Maçainhas se encontrava
Belmonte
Scutvias repara estradas danificadas com obras na A23

O acordo está, segundo o autarca belmontense, Amândio Melo, alcançado. A concessionária da A23 vai reparar as vias que ficaram degradadas devido às obras da Auto-Estrada. As obras iniciam-se em Setembro.


João Alves
NC / Urbi et Orbi


Já há acordo. Por fim, a Câmara de Belmonte e a Scutvias, concessionária da Auto-Estrada da Beira Interior, entenderam-se no que toca à reparação de vias no concelho que foram afectadas pelas obras de construção da A23.
Segundo o autarca belmontense, Amândio Melo, "o bom senso imperou" e assim, o acordo agora alcançado prevê a repavimentação total da estrada nacional 345, bem como a via de ligação entre a sede de concelho e Maçaínhas, que fora uma das estradas mais afectadas já que este é o local onde está um nó de acesso à A23.
Recorde-se que, ainda o troço entre a Guarda e Covilhã da A23 não estava inaugurado e já a autarquia belmontense reclamava o arranjo de algumas vias que teriam sido estragadas pelos camiões que todos os dias ali passavam para levar material para construção da Auto-Estrada. Numa primeira fase, a Scutvias recusava-se a assumir responsabilidades e a autarquia acabaria mesmo por colocar painéis nas estradas, sobretudo na de ligação a Maçaínhas, pedindo desculpa aos condutores e culpando a empresa. A Câmara ameaçava mesmo que, caso a Scutvias não assumisse o compromisso, poderia recorrer aos tribunais.
Mais tarde, numa Assembleia Municipal, em Fevereiro, seria aprovada uma moção a enviar à empresa concessionária da A23, em resposta a um ofício da Scutvias. Era reiterada a posição, quer daquele órgão, quer do executivo camarário, perante os estragos provocados na Estrada Municipal 571 (EM 571) que, "foi usada pelo tráfego pesado afecto às obras de construção da Auto-Estrada da Beira Interior". O presidente da Junta de Freguesia de Maçaínhas, Carlos Teixeira, defendia mesmo que não "deve haver contemplação" para com a Scutvias. Uma opinião partilhada por Amândio Melo, que acusava a empresa de não honrar compromissos e referia que na resposta do administrador-delegado da empresa, Matos Viegas, existiam "muitas inverdadades". "Reclamamos, não a consolidação da estrada, mas sim a sua reparação", declarava Amândio Melo.
Por tudo isto, a AM de Belmonte, com a aprovação unânime das bancadas da CDU, PS e PSD, voltava a exigir aos responsáveis, nomeadamente à Scutvias, que "de imediato procedam à reparação dos danos causados às vias de comunicação municipais, nas quais se inclui a EM 571 (Belmonte/Maçaínhas), na medida em que ainda não foram visíveis quaisquer reparações por parte dos referidos responsáveis". A moção foi inclusive enviada, entre outros, ao primeiro-ministro, Ministério da Tutela, Instituto de Estradas de Portugal, Governador Civil do Distrito de Castelo Branco e Grupos Parlamentares da Assembleia da República.
Passados seis meses, eis que as vias serão reparadas e já a partir do próximo de Setembro.