NC / Urbi et Orbi


Maria do Carmo Borges, autarca da Guarda, diz que ministro devia ter ido à cidade

Luís Filipe Pereira, ministro da Saúde, deslocou-se, na terça-feira, 7, a Pinhel e Gouveia para assinar protocolos para a construção de dois novos centros de saúde. Até aqui tudo bem. Mas a visita do responsável pela pasta provocou descontentamento a Maria do Carmo Borges, presidente da autarquia da Guarda, que diz sentir-se marginalizada pelo ministro ter optado passar ao lado da cidade. Recorde-se que a edil guardense aguarda há muito a visita de Luís Filipe Pereira para com ele abordar questões que têm a ver com a construção do novo hospital da cidade, envolto em polémica devido à sua localização.
O ministro da Saúde, que presidiu, em Pinhel e Gouveia, à cerimónia da assinatura do lançamento para a construção de dois novos centros de saúde, um investimento entre os dois e três milhões de euros, desvaloriza as críticas e deixou, uma vez mais, a garantia de que "há uma vontade firme" por parte do Governo "para que exista um novo hospital na Guarda" e que será construído na zona do Torrão. Mas a escolha, tal como o NC deu conta na sua última edição, continua a não ter o aval da Câmara e Assembleia Municipal, que defendem a sua construção no Parque da Saúde, num terreno situado entre o Instituto Politécnico e o actual Hospital Sousa Martins. No entanto, desde que em Março o ministro anunciou o nó do Torrão como o local onde será construída a nova unidade de saúde, sem antes ter informado a autarquia dessa decisão, que as negociações têm sofridos sucessivos percalços. Porém, e na terça-feira, 7, Luís Filipe Pereira, sublinhou que a polémica é apenas "um acidente de percurso". E garante que "haja o que houver, o novo hospital da Guarda vai ser uma realidade". O titular da pasta, depois de assegurar que a escolha do local obedeceu a critérios técnicos, mostra-se convicto de que "o bom senso acabará por prevalecer". "Temos que envidar esforços, dar as mãos, todos nós, seja qual fôr o partido político para estarmos ao serviço das populações", frisa. Quanto à ausência de resposta às duas cartas enviadas por Maria do Carmo Borges onde esta pedia explicações e solicitava uma audiência consigo, o ministro da Saúde disse estar "disponível para discutir com todas as pessoas", mas que "neste momento se está a discutir a nível técnico". E que quando chegar a altura de falar com a autarca, assegura que não terá qualquer problema nesse sentido.

Edil de Seia também descontente

A visita de Luís Filipe Pereira não deixou descontente apenas a presidente da Câmara da Guarda. Eduardo Brito, autarca de Seia, também ficou. O edil senense lamenta que o ministro se tenha "esquecido de ir a Seia" visitar a degradação do actual hospital. O responsável do Governo pela área da Saúde disse, no entanto, que vai cumprir com a sua palavra, revelando que tem agendada para dia 14 de Novembro uma visita àquela cidade serrana. Porém, Eduardo Brito considera que esta é uma "solução requentada".