O Explorador do Absoluto






De
Jérome Monod










Por Daniel Sousa e Silva

Aos 94 anos de idade, Jérome Monod decide passar para o papel o que sentiu após 70 anos de vivência no deserto do Sara. Monod percorreu o deserto de todas as formas possíveis: a pé, de camelo e, no final, por constrangimentos físicos, de jipe. A sua procura era em busca de exemplares raros de plantas, mas encontrou muito mais, a paz e quietude apenas existente naquele espaço, que o leva a reflectir sobre a condição humana. "O que é o Homem?" ou "Qual o nosso objectivo no planeta?" são algumas das questões que Monod percebeu não serem passíveis de se encontrar solução. "A vida existe para ser vivida" é a conclusão que alcança das suas experiências com os tuaregues, o povo do deserto. A correria, as preocupações fúteis da vida citadina, os problemas fictícios caem numa perspectiva diferente quando se está rodeado de um horizonte de areia. No deserto vive-se, na cidade sobrevive-se.
Monod anuncia que estamos numa nova era da Humanidade: a era do nuclear. "Como é possível haver uma arma que possa destruir todo planeta?, interroga-se.
O final do livro é preenchido por Textos de Combate, pequenas reflexões que Monod teve sobre assuntos dispersos, como o amor ou a religião, ao longo das suas viagens.