Hábitos dietéticos
Metade dos covilhanenses têm uma alimentação equilibrada

Cerca de 50 por cento da população na Covilhã tem uma alimentação equilibrada. No entanto, e não sendo uma das cidades com os piores hábitos alimentares, os covilhanenses não fogem à regra no que respeita a alimentos "desaconselháveis".

Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


A Covilhã tem metade da população com razoáveis hábitos alimentares. Facto que, comparando com outras cidades do País, como Lisboa, Porto ou até Coimbra, coloca-a numa posição mais favorável no âmbito de uma alimentação saudável.
Cerca de 30 por cento dos covilhanenses come muito desequilibradamente, 20 por cento come ligeiramente mal e 50 por cento come bem. Ou seja, tem uma alimentação equilibrada. Porém, "a obesidade, os diabetes da maturidade, as perturbações das gorduras sanguíneas, as doenças cardiovasculares e a hipertensão arterial são algumas das doenças metabólicas que hoje afectam, em crescimento, as populações urbanizadas, o distrito de Castelo Branco e nomeadamente a Covilhã", sublinha a nutricionista do Hospital Pêro da Covilhã, Sandra Tavares. Esta responsável revela que "a luta da nutrição é bastante grande", mas que apesar de ser uma área relativamente nova, "as pessoas, agora, já se começam a preocupar com o que comem e com o seu aspecto". A prova disso é a grande afluência das pessoas ao nutricionismo. "Já há muita gente a recorrer à nutrição aqui no Hospital porque os próprios médicos já requisitam consultas nesse âmbito", assegura. E sustenta: "Esta é uma cidade onde as pessoas até se preocupam em ir comer a casa".
A especialista revela que, na Cidade Neve, utilizam-se bastante produtos aconselhados numa alimentação equilibrada. "Os covilhanenses usam muito o azeite que é, de facto, uma gordura saudável", salienta. E "também se come também muita sopa". E acrescenta: "É, realmente uma cidade em se que come bastante peixe e em que as pessoas que se preocupam com aquilo que comem".

Carne de porco: um dos maus vícios

Mas, apesar de ter uma percentagem relativamente diminuta a "comer mal", nem por isso os covilhanenses resistem à tentação de ingerir alimentos "desaconselháveis". "Há um elevado consumo de carne de porco e sal". O que, no entender da especialista tem uma justificação. "Estamos numa zona do Interior e, tal como cada região tem os seus produtos típicos, a Covilhã, obviamente não foge à regra". Para além disso, "nota-se um elevado consumo de açúcar, mel e bebidas alcoólicas", confessa, não esquecendo de referir a falta que há "em alimentos protectores como o leite e derivados e hortofrutícolas" e que os serranos são pessoas que "passam muito tempo sem comer".
O sedentarismo é um grave factor que leva a uma má alimentação e, consequentemente, às doenças cardivasculares, aos diabetes e ao colestrol. "Os covilhanenses são um pouco sedentários, apesar de já se denotar uma preocupação, principalmente na faixa etária mais velha". Tudo isto são factores que têm uma explicação. De acordo com a nutricionista, "os maus hábitos são provocados pela vida apressada do dia-a-dia". Um stress descomunal que faz com que, mesmo aos fins-de-semana, quando supostamente as pessoas têm mais tempo para cozinhar, se coma da mesma forma, "devido ao habituamento que se tem durante a semana".
A publicidade é outras das causas que levam as pessoas a comerem mal. "Os modelos cinematográficos entram pelos olhos dentro, o que se materializa com as ofertas, em sintonia, das grandes cadeias de venda", acusa. Exemplo disso são os produtos "light" dos supermercados, que "não são aconselhados pelos nutricionistas". Desta forma, e para evitar consequências mais nefastas, Sandra Tavares deixa um conselho: "Convém comer um pouco de tudo, em moderação, várias vezes ao dia e para uma acompanhamento mais personalizado, recorrer a um nutricionista ou dietista para ajudar a modificar os hábitos alimentares e a ter uma vida mais saudável", conclui.