Castelo Branco
Luta contra a Pobreza já ajudou duas mil pessoas

Já foram cerca de duas mil as pessoas que receberam a ajuda do projecto de Luta contra a Pobreza Porta Aberta. Recuperar habitações degradadas tem sido uma das tarefas mais frequentes .

Céu Lourenço
NC / Urbi et Orbi


O Projecto de Luta Contra a Pobreza de Castelo Branco, Porta Aberta, a
funcionar há um ano e meio, tem sido um apoio para os mais desfavorecidos da cidade.
Intervenções em habitações degradadas, apoio a idosos, à comunidade de imigrantes e de etnia cigana, assim como acções de sensibilização são alguns dos trabalhos desenvolvidos pela equipa liderada por Maria
João Ferreira, que diz que os dezoito meses de existência do projecto "não tem sido um tempo fácil". Tudo porque "os nossos recursos humanos não são muitos, pelo que tentamos desdobrar-nos cada vez mais, para integrar as várias áreas", explica.
Por outro lado, salienta que sem o apoio dos parceiros do Porta Aberta não era possível haver sucesso no trabalho a que se dedicam. A Câmara Municipal, como promotora, a Associação Amato Lusitano, entidade gestora, entre muitos outros parceiros trabalham em estreita colaboração com este projecto no combate à pobreza na cidade.
Segundo a coordenadora do Porta Aberta "há vários problemas habitacionais na zona histórica, com habitações degradadas, caracterizadas por rendas baixas, em que os senhorios, logicamente, não investem na sua recuperação. Perante esta situação, temos dado apoio, essencialmente às pessoas mais idosas". E frisa que o inquilino da última casa recuperada tem 93 anos.
Maria João Ferreira sublinha que o núcleo populacional que habita estas
casas "são homens e mulheres com fracos recursos, que viviam em más
condições, com muita humidade. Julgo até que alguns problemas de saúde com que estas pessoas se debatem poderão estar relacionados com as más condições da sua própria habitação". Maria João Ferreira confessa ainda que ficou chocada quando visitou algumas casas com condições pouca dignas.Relativamente às intervenções em habitações ao longo destes dezoito meses, a responsável pelo projecto faz um balanço "francamente positivo".
Se na área da recuperação de casas degradadas o Porta Aberta tem tido um papel preponderante, a sua intervenção junto dos idosos, desempregados, trabalhadores precários, deficientes, analfabetos, jovens à procura do primeiro emprego e assalariados com baixo nível de formação e remuneração tem sido também uma das lutas deste empreendimento.
Segundo Maria João Ferreira, "além do apoio financeiro para uma situação mais urgente, é necessário encaminhar os beneficiários do projecto para a nossa rede de parceiros, permitindo deste modo um melhor acompanhamento, no sentido de conseguir uma solução mais eficaz para resolver as suas próprias carências, tendo em vista a construção de um futuro melhor", sustenta.
Durante a sua existência, o projecto Porta Aberta já ajudou mais de duas
mil pessoas, nas suas mais variadas vertentes.