O ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira
Guarda
Autarca e ministro da Saúde reuniram “em segredo”

Mais uma vez, em cima da mesa esteve a localização do novo hospital. A câmara defende a sua integração no Parque de Saúde da cidade


NC / Urbi et Orbi


O encontro foi mantido em segredo, e apesar da autarca Maria de Carmo Borges se escusar a revelar pormenores, pelo seu sorriso, a reunião com o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, parece ter corrido bem. Em cima da mesa, sem surpresas, a tentativa de resolver a problemática em torno da localização do novo hospital da Guarda. O encontro, tido na quinta-feira, 6, sucedeu a um outro mantido há cerca de três semanas com técnicos da Direcção Regional de Instalações e Equipamentos de Saúde do Centro (DRIESC), no qual foram analisados três locais: Parque da Saúde, Quinta da Maúnça e zona do Torrão.
Recorde-se que há já um mês que a presidente da Câmara Municipal da Guarda tinha solicitado a Luís Filipe Pereira esta reunião e só após a visita deste aos concelhos de Pinhel e Gouveia é que foi marcada. O encontro visava não só ficar a saber “o porquê de ter sido anunciado um terreno, quando ainda se estava na fase de discussão técnica para a escolha do local”, mas também apresentar argumentos para que a nova unidade hospitalar surja no Parque de Saúde. Relembre-se, igualmente, que o ministro da Saúde, na visita que efectuou a Pinhel, deixou a garantia de que “há uma vontade firme” por parte do Governo para que “exista um novo hospital na Guarda”, e que será construído na zona do Torrão. Mas é aqui que a polémica se instalou, pois a escolha não é do agrado da autarquia e Assembleia Municipal guardenses, que defendem que a infra-estrutura deve ser construída no Parque de Saúde, num terreno situado entre o Instituto da Juventude e o actual Hospital Sousa Martins. A reunião de quinta-feira teve precisamente como objectivo tentar pôr cobro à polémica que tem alimentado o meio político local.

Seia aguarda visita com expectativa

Entretanto, em Seia vive-se a expectativa da visita de Luís Filipe Pereira ao município, prevista para a tarde da próxima terça-feira, 18. A comunidade senense quer ficar a saber qual a posição do representante do Governo sobre a possibilidade de construção de um novo edifício para o Hospital da Nossa Senhora da Assunção. É que o actual, de 1930, está instalado em dois edifícios, unidos por um túnel de circulação. O Conselho de Administração (CA) tem sido forçado a arranjar soluções de recurso para fazer face à falta de espaço.
O desejo dos senenes em ter um novo hospital feito de raiz já os acompanha há vários anos. Chegou a ser criado um movimento de apoio e há dois anos foram recolhidas milhares de assinaturas e distribuídos panfletos reivindicativos. No início de 2002, o CA apresentou uma candidatura para transformar o Hospital Nossa Senhora da Assunção em entidade pública empresarial, mas acabou por não ser incluída na lista dos 34 seleccionados, devido à dimensão da unidade.
Porém, a construção do novo edifício para o hospital da cidade tornou-se quase numa obsessão para o presidente da Câmara de Seia, Eduardo Brito, que prometeu “não dar descanso” ao Governo até que seja construída uma nova estrutura para a unidade hospitalar. Ampliar o actual não é, segundo Eduardo Brito, a melhor solução. O edil de Seia garante que a autarquia comprará o terreno “onde o Ministério quiser, sem pestanejar”. Para não ficar sozinho na luta, Brito reuniu, durante a semana passada, com quase todas as "forças vivas" do município.