A contagem dos votos revelou o esperado
Eleição do reitor da UBI
A responsabilidade de ser candidato único

O actual reitor da Universidade da Beira Interior, Manuel José Santos Silva, foi reeleito para um terceiro mandato à frente da instituição. A decisão foi tomada pela Assembleia da UBI, com cerca de 80 por cento de votos favoráveis.


Por Daniel Sousa e Silva


Manuel José Santos Silva, reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) foi reeleito para cumprir um terceiro mandato como dirigente máximo da instituição. O processo decorreu, ontem, segunda feira, em Assembleia da Universidade.
A reeleição ocorreu na Assembleia da Universidade que reúne docentes, funcionários e alunos da UBI. Ao todo 138 elementos, sendo a eleição por voto secreto. Os resultados da votação demonstram o apoio a Santos Silva. De 102 votos, houve 86 a favor, 13 em branco e 3 votos considerados nulos.
O mandato, em curso, de Santos Silva termina a 4 de Fevereiro do próximo ano. Para o terceiro mandato, o reitor vai fazer algumas modificações na equipa que o acompanha. Para além de Mário Raposo e Luís Carrilho, os actuais vice-reitores, haverá um terceiro, João Queiroz (actual pró-reitor para a avaliação). A ligação aos países africanos de expressão portuguesa é “um laço a manter e fomentar”, por isso Santos Silva vai lançar novamente o convite a José Carlos Venâncio para desempenhar o cargo de pró-reitor para os País Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Uma novidade é o anúncio de um vice-reitor para o desenvolvimento da qualidade de ensino na UBI. Nesta área, não foi adiantado qualquer nome.
O grande desafio que a Universidade tem pela frente, de acordo com o reitor, é “a transformação da universidade para integrar a Europa, acompanhando a Declaração de Bolonha”.
O reitor lembra a importância da responsabilidade comum do ensino. “Todos são responsáveis pelo processo de aprendizagem, tanto os docentes como os alunos”, refere. O responsável máximo pela instituição lamenta “a baixa taxa de frequência na UBI, como em outras universidades”, mas relembra a tentativa de se mudar a forma de ensino. Os exemplos apontados são a licenciatura de Medicina e, a partir deste ano lectivo, Arquitectura. O alargamento do método a todas as licenciaturas da UBI é, para Santos Silva, “algo que decorrerá de forma progressiva e natural com a aplicação da Declaração de Bolonha”.
A uniformização do ensino superior por toda a União Europeia, o chamado Processo de Bolonha, constitui, para o reitor da UBI, “uma mudança radical para as universidades”. “A aprendizagem deixa de estar centrada no professor para estar centrada no aluno”, explica. Santos Silva considera ser “um grande desafio para o futuro”, já que “um dos grandes problemas do País é a falta de formação superior”.
A constante evolução é outra das bandeiras de campanha de Santos Silva. “A procura da UBI tem crescido nos últimos anos, mas não se pode ficar especado a «dormir». Tem de haver evolução em vários campos”, advoga.
Toda a informação sobre o programa do próximo mandato do reitor da UBI pode ser encontrada no documento “Afirmação da Universidade pela Qualidade e pela Excelência”, em que se apresenta a recandidatura, disponível no sítio electrónico www.ubi.pt.
Luís Franco, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), congratulou-se pela reeleição de Santos Silva, “porque tem feito um bom trabalho na UBI”. O dirigente estudantil lamenta haver apenas um candidato, mas pensa que “se houvesse outros candidatos, provavelmente a decisão da Assembleia seria a mesma”. A AAUBI é a favor do reitor, uma vez que, “tendo em conta as alternativas, não se perspectiva um melhor candidato”, conclui.
Santos Silva deixou no ar o desejo de “ter saúde daqui por quatro anos, para estar presente numa eleição em que exista outros candidatos”.



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Santos Silva discursou no final do processo eleitoral

Após a conclusão da Assembleia da Universidade, houve tempo para debate e alguns anúncios.
Maria Graça Carvalho, ministra da Ciência e do Ensino Superior, aprovou, na passada terça feira, 11, a abertura do concurso público de construção do futuro Complexo de Ciências de Desporto. A infra-estrutura de apoio ao Departamento de Ciências de Desporto vai custar um milhão de euros e tem Janeiro de 2004 como data prevista de início da obra. O reitor conta com a abertura do concurso da obra “ainda esta semana”. Uma outra construção arranca no primeiro mês do próximo ano. O novo edifício da Faculdade de Ciências da Saúde vai surgir junto ao Hospital Pêro da Covilhã. A obra está já adjudicada, após um concurso onde concorreram 12 projectos. De momento, decorre o período de audição de todos os concorrentes, terminando a 25 de Novembro.
A expansão do pólo IV é também uma meta de Santos Silva. “O espaço por aluno é muito reduzido, apenas 0,8 metros por aluno”, afirma. O reitor promete “uma aposta para aquele pólo”. O edifício e o projecto preliminar já estão disponíveis, através de receitas próprias da UBI. Agora, a instituição aguarda por financiamento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) para abrir o concurso de adjudicação da empreitada.
Uma das garantias deixadas pelo reitor é a finalização da residência universitária Pedro Álvares Cabral ainda durante o ano lectivo de 2003/2004. A data de inauguração do edifício que vai servir o Pólo IV da UBI tinha sido marcada para Outubro passado, mas “houve atrasos de financiamento e também da empresa construtora”, justifica Santos Silva.