As Canções de Bilitis

”(...) desejaria que esta história fosse a de Bilitis, porque ao traduzir as suas canções, dei comigo a amar a amiga de Mnasídika. A sua vida terá sido sem dúvida do mesmo modo maravilhosa. (...) porque Bilitis foi cortesã, isso não se pode negar; e se é verdade que possuías as virtudes da sua vocação, desta também tinha as piores fraquezas. Era devota e praticante.
manteve-se fiel ao templo enquanto Afrodite consentiu em prolongar a mocidade da sua mais pura adoradora. No dia em que deixou de ser amada, segundo diz, deixou de escrever. (...)”

Em 1894, era assim que Pierre Louijs sintetizava a razão pela qual se dedicara à recolha, tradução e adaptação de um conjunto de canções supostamente encontradas em Port-said, gravadas nas paredes de um túmulo subterrâneo mantido incólume durante 25 séculos, onde repousava a outrara bela Bilitis.
Essas relatavam, em registo auto-biográfico, as vivências, os amores, os infortúnios de uma cortesã num período em que tais mulheres não eram, como hoje, criaturas em decadência, exiladas de toda a sociedade mundana, mas antes jovens consagradas ao serviço do culto à sua beleza reconhecida.

S.O.T.Ã.O. (Sociedade Onírica de Teatro Amador Orgânico) – Grupo de Teatro do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto