Fundão
Suspensão parcial do PDM viabiliza unidades turísticas

Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi


A suspensão parcial do Plano Director Municipal (PDM) do Fundão, para viabilizar investimentos turísticos, foi aprovada no último sábado, 28, na assembleia municipal, com 49 votos a favor e quatro abstenções, da bancada comunista e de dois deputados socialistas.
O PDM actual do Fundão não permite a implantação de empreendimentos turísticos fora das zonas urbanas e o que se pretende é que, perante intenções de investimento manifestadas à câmara, a lei permita fazer o levantamento do PDM nesses locais.
"Na prática, significa que qualquer investidor que queira transformar uma casa em turismo rural ou turismo de habitação não o pode fazer, porque a lei não o permite", diz Rogério Hilário, líder da concelhia do PSD. "Com a suspensão esses empreendimentos que vão criar riqueza e empregabilidade no concelho, que vão acrescentar valor económico à região, já se poderão instalar", continua. E sublinha que esses investimentos são apenas autorizados se cumprirem "determinados pressupostos" e serão analisados caso a caso.
Abel Rodrigues, do PS, manifestou o receio de que os investimentos viabilizados por este conjunto de suspensões não venham a ter retorno real. "O nosso receio é que com todo este afã de apresentar projectos depois não correspondam na realidade a potenciais mais-valias para o concelho. Não sei se na região se justifica um tão grande volume de investimentos", salienta. "Não há um estudo de viabilidade económica para todos estes projectos. Nada disto está fundamentado", critica o presidente do PS local. Abel Rodrigues chama ainda a atenção para o que poderá acontecer se o que está planeado não avançar, como, em vez de unidades turísticas, virem a nascer ali outro tipo de estruturas, como edifícios para habitação.
A propósito do conjunto de suspensões propostas Fátima Padez, da bancada independente, acusou ainda a câmara de ter "afilhados e enteados", por viabilizar uns investimentos e não outros.
O vice-presidente da autarquia, Carlos São Martinho, respondeu que a câmara só aprova os que pode, para não cometer ilegalidades. São Martinho sublinhou ainda que o concelho do Fundão "já está no mapa dos principais investimentos turísticos do País.
A assembleia municipal do fundão aprovou também a suspensão e revisão do plano de pormenor da zona poente do Fundão, junto às piscinas cobertas. A proposta do executivo passou com 48 votos a favor e três abstenções, de Adelino Pereira e Isabel Coelho, da CDU, e do socialista António José Leitão.