Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi


No Ernesto Cruz, há muito tempo que é reclamada a construção de uma cantina

É necessário dotar o Pólo Ernesto Cruz da Universidade da Beira Interior (UBI) de mais condições. A reivindicação, já de há algum tempo, foi reiterada pela Associação Académica da UBI (AAUBI) na última terça-feira, 23, durante uma visita promovida às instalações onde funcionam as ciências sociais e humanas e as letras.
Segundo o vice-presidente da associação, Artur Patuleia, as salas são insuficientes para dar um ensino de qualidade aos 1300 alunos que têm aulas neste pólo, já que estão superlotadas, pelo que "as condições de aprendizagem ficam àquem das expectativas", sublinha o dirigente estudantil.
A AAUBI continua a apontar também o dedo ao facto de os alunos que frequentam estas instalações não terem uma cantina nem refeições a um preço social, do mesmo valor pago nas cantinas da Boavista e de Santo António. Artur Patuleia salienta ainda que se o problema da lotação foi resolvido com a ampliação do espaço a dificuldade em almoçar ali persiste, devido à morosidade do escoamento das filas. Uma situação que se explica, segundo o responsável da AAUBI, por não haver alternativas e em determinadas horas haver uma grande concentração de pessoas, que originam filas demasiado grandes.
"Se queremos ter lá o pólo de Artes e Letras, como espero que venha a acontecer, temos que ter refeições a preços sociais", insiste. Patuleia reconhece que a construção de uma cantina é também uma aspiração da reitoria, que diz que "as verbas estão bloqueadas no ministério".

Fórum Pedagogia para combater insucesso escolar

Para a semana são os assuntos internos que vão estar em cima da mesa, durante o Fórum Pedagogia 2004, que irá decorrer na universidade de 29 a 1 de Abril, "dia das mentiras do Governo", frisa o presidente da associação académica, Luís Franco.
A análise dos motivos do insucesso escolar e a apresentação de medidas que o possam combater vão estar em discussão. Já nessa perspectiva a AAUBI vai propôr aos órgãos da universidade a alteração do regime de tutorado, que actualmente apenas existe no papel, uma vez que, na prática não funciona, como salientam os dirigentes da casa azul. O seu objectivo é transformar o tutorado num verdadeiro apoio pedagógico de modo a atenuar as causas mau desempenho escolar. A proposta sugere que a figura do tutor seja obrigatória e efectiva para alunos de primeiro ano e lhes dê indicações de como funciona a universidade. "Falar-lhe nas regras dos critérios de avaliação, dar-lhes informações sobre os crétitos, etc", explica Patuleia. Uma medida que considera importante "se tivermos em conta que 46 por cento das cadeiras do primeiro ano são cadeiras críticas", lembra.
Para os finalistas o tutor serviria para dar orientações sobre as saídas profissionais.
O dirigente estudantil sublinha que a situação, no capítulo das cadeiras com altas taxas de reprovação, tem vindo a piorar, e dá o exemplo da disciplina de Análise Matemática IV, com apenas 7 por cento de sucesso. Segundo Artur Patuleia esta situação "deve-se ao facto de a universidade não ter feito o suficiente em termos de métodos pedagógicos" e entende que "há critérios que funcionam como mecanismos de exclusão".
Com vista a inverter a situação a AAUBI continua a defender a avaliação e formação pedagógica do corpo docente e um sistema de ensino centrado cada vez mais no aluno e não no professor.