Por Rui Pires


"A Ferida no Pescoço" foi uma das duas encenações apresentadas

“A Ferida no Pescoço” esteve em cena no último sábado, 17, em Badajoz. O espectáculo está inserido na XII edição da Mostra de Teatro Universitária da Universidade da Extremadura, organizada pelo departamento cultural daquela instituição. O TeatrUBI esteve presente neste evento nos dias 16, 17 e 18, subindo ao palco no dia 17 com a sua produção mais polémica de sempre. Depois da Covilhã, Ourense e Coimbra, Badajoz recebeu a derradeira apresentação deste espectáculo.
O espaço está dividido em duas partes simétricas, um dos lados é uma paisagem urbana deformada e alterada, o outro, é o lado oculto das pessoas que integram a paisagem da cidade. As palavras são deformadas e o jogo neste espaço é frágil, falso e com infinitas leituras e histórias. Os intérpretes introduzem-se nos espaços à procura da sua mudança, dos seus estados e emoções. Os contrários vivem paralelamente: amor/ódio; verdade/falsidade; humano/inumano.
“A Ferida no Pescoço é um facto de amor que de repente se transforma num facto de morte”, diz Susana Vidal encenadora da peça. Recorde-se que este é um espectáculo para maiores de 16 anos, a que nenhum espectador fica indiferente.

De Badajoz para Ourense

No final desta semana, entre 23 e 26 de Abril, o TeatrUBI ruma até à Galiza, onde em Ourense participa na IX Mostra Internacional de Teatro Universitário – MITEU, também ela organizada pelo departamento cultural desta Universidade.
O grupo da UBI vai estar presente pela oitava vez naquele que é considerado o maior evento Ibérico de teatro universitário e que reúne grupos de várias universidades de todo o mundo. O TeatrUBI já foi galardoado com o prémio do Júri em 1999 com a peça “Cada dia sou o mesmo, cada dia alguém diferente”.
Agora, e à semelhança dos últimos anos, o TeatrUBI leva na bagagem duas peças, “D. Quixote Revisitado”, com encenação de Viriato Morais e que estreou no passado mês de Fevereiro, na Covilhã, e “O Essencial Invisível”, com encenação de Ana Rita Carrilho e que estreou no mês passado. A primeira é “uma espécie de visita a um museu de arte Barroca pelos olhos do século XXI”, diz o encenador, que encontrou nesta história escrita em 1773, por António José da Silva, a fórmula para contar as aventuras e desventuras do cavaleiro andante mais conhecido de todos os tempos. A segunda conta com a particularidade de os espectadores assistirem à peça de olhos vendados. “ É uma forma de despertar os outros sentidos, que no nosso dia a dia quase que não damos pela existência dos mesmos”, adianta a encenadora Ana Rita Carrilho. Este espectáculo tem a duração de uma hora e lotação máxima de 40 pessoas por espectáculo, facto que levou a organização da MITEU a solicitar ao TeatrUBI a apresentação de duas sessões, ambas já esgotadas.