Por Andreia Ferreira


As Jornadas serviram para mostrar os pontos fracos e fortes de algumas licenciaturas

A grande problemática das universidades dos dias de hoje é a forma como se adquire o conhecimento. A sociedade de informação e conhecimento obriga a repensar os processos de aprendizagem e aquisição de competências.
Foi neste sentido que os cursos de Física Aplicada, Engenharia Civil, Ciências do Desporto, Sociologia, Economia e Medicina estiveram em apreciação no dia de ontem, segunda feira, no âmbito das VII Jornadas de Avaliação da Universidade da Beira Interior (UBI).
Professores e alunos apresentaram os pontos fortes e fracos de cada curso, resultado da análise da Comissão de Avaliação Externa (CAE). Anunciaram também os objectivos que pretendem atingir e propostas para uma evolução cada vez mais positiva.
Os oradores de Física Aplicada e Engenharia Civil centraram como maior dificuldade o excessivo número de alunos nos dois primeiros anos da licenciatura. Contrabalançaram isto com aspectos positivos como o estágio integrado no plano curricular, no primeiro caso, e a boa integração no mercado de trabalho, no caso de Civil. O curso de Economia também apresentou como ponto forte a boa aceitação dos licenciados pelo mercado de trabalho.
A licenciatura de Medicina, que tem apenas três anos, não foi ainda avaliada pela CAE. Como tal, a professora Isabel Neto apresentou os pontos resultantes da auto-avaliação levada a cabo pelos responsáveis do curso. Manuel Franco, aluno de Desporto, propôs que se analise o sucesso ou insucesso dos alunos licenciados no mercado de trabalho de forma a perceber se os esforços ao longo do curso são ou não suficientes. Isso é já o que faz o curso de Sociologia, num projecto em curso desde 1995. O projecto permitiu centrar algumas ideias acerca das saídas profissionais e facilitar a consideração da CAE.
Manuel Franco sugeriu também uma alteração de comportamentos e expectativas, com participação mais activa dos alunos, e em que o professor seja mais do que mero transmissor de conhecimentos.
Manuel Santos Silva, reitor da UBI, concorda que a metodologia de trabalho tem que ser mudada. "A UBI tem as ferramentas fundamentais para a mudança. Quem tem que mudar são os professores", refere. Para além da avaliação de alguns cursos, as jornadas contaram com palestras acerca da sociedade de informação e conhecimento, e com uma mesa redonda em que se debateram temas importantes para o ensino.