Por Daniel Sousa e Silva



Durão Barroso elogiou as condições da nova residência da UBI

Durão Barroso esteve na passada sexta feira, 23, na Covilhã. O objectivo da visita foi a inauguração da nova residência para estudantes da UBI, localizada na antiga fábrica de lanifícios Roque Cabral.
A residência vai funcionar de forma livre, num formato de mini-apartamentos, em que no máximo tem 4 alunos no mesmo espaço, com uma infra-estrutura comum (casa de banho, electrodomésticos). “Centralizamos as cozinhas por piso, porque não seria viável colocar uma em cada mini-apartamento”, descreve, Santos Silva, Reitor da UBI. Em cada piso, os alunos têm tudo o que é necessário para poderem cozinhar as suas próprias refeições e conviver num mini-refeitório.
Com uma área bruta de 7300 metros quadrados, a nova residência é constituída por 168 quartos, 330 camas, 6 cozinhas, lavandaria e 5 salas de estudo. Encontra-se também equipada com tecnologia wireless, permitindo o acesso à Internet a partir de qualquer ponto do edifício.
A possibilidade do snack do pólo IV passar a estar aberto também durante a noite vai estar dependente da procura. “Nos primeiros meses do próximo ano lectivo, vai decorrer um período de experiência e se a procura o justificar irá funcionar dessa forma”, garante Santos Silva.

”Criar ensino de qualidade”

No seu discurso, o primeiro-ministro lançou a questão: ”Que melhor forma de homenagear o 25 de Abril do que dedicar o dia ao ensino superior, ao ensino de qualidade?” Durão Barroso, que acabava de chegar de uma visita ao Instituto Politécnico de Castelo Branco, reiterou ter vindo à Covilhã “inaugurar a maior e melhor residência universitária de Portugal”
Durão Barroso apontou como importante a criação das condições para um ensino superior de qualidade, “ainda mais numa região de interior como esta”. Enaltecendo a democratização do acesso ao ensino depois do 25 de Abril de 1974, o primeiro-ministro destacou ou o facto de “13 por cento do orçamento do Ensino Superior ser actualmente absorvido pela Acção Social”. “Nos últimos 10 anos, passámos de 16 mil e 500 alunos bolseiros para cerca de 70 mil, nos sistemas público e privado”, informou.
Durão Barroso defendeu a aplicação do principio da participação dos estudantes e das famílias no financiamento do ensino superior. “Que paguem os que podem, para que todos frequentem o ensino superior”, sublinhou.
Ainda durante a cerimónia, o primeiro-ministro presidiu à assinatura de um contrato programa entre o Ministério da Ciência e Ensino Superior e a UBI no valor de 1 milhão e 475 mil de euros, que, de acordo com o Reitor, Santos Silva, “fundamentalmente, corrigirá assimetrias de ordem regional”. É aí que está a componente mais significativa do financiamento a ser distribuído até 2007, mas “também há uma parte que se dirige à implementação de melhorias pedagógicas, combate ao insucesso escolar, modernização dos processos administrativos e, sobretudo, dos processos académicos”, relata o Reitor.
“Em vez de distribuírem verbas do Orçamento de Estado em função do número de alunos, estes contratos-programa regem-se pela qualidade e originalidade de projectos e correcção de assimetrias”, explicou Durão Barroso.
Santos Silva aproveitou a visita do principal governante do País para passar a mensagem de que, apesar da inauguração da residência, “a UBI está necessitada em outros domínios, como é o caso de alimentação, em que se necessita de uma nova unidade alimentar”. Outro “grande problema na UBI” é a unidade de Ciências Sociais e Humanas, onde funciona também o Departamento de Letras, e “não existe espaço suficiente para todos”. O Reitor espera que “a obra de reconstrução do edifício seja finalmente inscrita em PIDDAC este ano”, para que as obras possam começar em 2005.

 

 




Os manifestantes tentaram cortar a estrada



Durão Barroso recebido com protestos


As frases ouvidas na rua à chegada do primeiro-ministro à nova residência não eram de boas-vindas, mas de contestação.
“Durão não és solução” e “Governo para a rua já!” eram duas das frases proferidas por mais de uma centena de manifestantes, entre estudantes da UBI, trabalhadores e sindicalistas afectos à central sindical CGTP-IN.
Os protestos obrigaram as forças de segurança a abrir um corredor à chegada da comitiva de Durão Barroso, com as viaturas a entrarem a grande velocidade no recinto onde funciona a residência Pedro Álvares Cabral.
No final da inauguração, quando se preparava para abandonar o local, Durão Barroso foi interpelado por estudantes sobre a falta da cantina e sobre a questão das propinas e da acção social. A iniciadora da conversa foi Ana Cruz, ex-presidente da AAUBI e alguns representantes de núcleos de licenciaturas da UBI.