A crow left of the murder





Incubus





Epic | 200
4








E ao quinto álbum os Incubus parecem ter, finalmente, atingido a maturidade. Depois de com “Make Yourself” (1999) e “Morning View” (2001), sob orientação do lendário produtor Scott Litt, já terem abandonado a estética rap-metal dos dois primeiros álbuns em função de uma abordagem mais popular, os Incubus completam, agora, a metamorfose.
“A Crow Left of the Murder” é um disco “cheio de rock”. Quer na forma, quer no conteúdo. Isto é, quer a nível musical, quer lírico. Dois aspectos que evoluiram, e de que maneira, desde o anterior registo. As guitarras de Michael Einziger alternam os riffs pesados com os solos jazzy. A voz de Brandon Boyd solta-se. Torna-se mais ampla. Tão depressa está na rua a sublevar, com urros de revolução, o povo contra a tirania (“Megalomaniac”), como de seguida se recolhe aos claustros onde se choram as mágoas em privado (“Here in my room”). Pode parecer um caso de esquizofrenia – aliás, não está provado que não seja – mas a verdade é que “A Crow Left of the Murder” soa impecavelmente bem. E no universo Incubus, este é, sem margem para qualquer contestação, o melhor registo de sempre.