Pequena imensidão







Andorra









Por Catarina Moura

É verdade que, para os amantes dos desportos de Inverno, Andorra oferece condições incomparáveis em toda a Península Ibérica para deles usufruir da melhor maneira. As especificidades do seu clima determinaram, aliás, o desenvolvimento económico do País, assente no turismo e, consequentemente, no comércio e serviços. Mas, pessoalmente, acho que é na Primavera que este pequeno principiado se revela em todo o esplendor da sua deslumbrante paisagem verde e montanhosa. Situada no coração dos Pirinéus, entre os 840 e os 2947 metros do seu pico mais alto, o Coma Pedrosa, Andorra divide os seus 468 quilómetros quadrados entre três vales em forma de Y, recortados pelas águas límpidas, gélidas e cristalinas do rio Valira.
Embora a primeira visita implique, invariavelmente, hospedagem em Andorra-a-Velha, a capital, principal centro urbano e económico do País, muito graças à isenção fiscal de que gozam os artigos ali comercializados, a verdade é que as restantes seis paróquias ou regiões, pelas quais se distribuem as cerca de 40 vilas e aldeias que constituem Andorra, são absolutamente merecedoras de uma visita. Canillo, Encamp, Escaldes-Engordany, La Massana, Ordino e Sant Julià de Lòria, além da riquíssima perspectiva histórica e cultural que oferecem deste principiado, são autênticos monumentos à beleza natural, cenário ideal para longos e vagarosos passeios que prometem ficar-nos eternamente gravados na memória.
É interessante como um território objectivamente tão pequeno, ali perdido entre as esmagadoras vizinhas Espanha e França, consegue ganhar o tamanho e a imponência das montanhas que o desenham e enquadram. Quando estamos em Andorra, pequenez é, de facto, uma palavra que não nos ocorre para definir a paisagem que nos rodeia…