A professora de Português junto do seu júri
Mestrado em Português
Gíria compete com linguagem corrente

Maria Goretti Matias Coelho Pereira Valente realizou uma tese sobre a evolução da gíria junto dos jovens. Os hábitos linguísticos dos alunos da Universidade da Beira Interior (UBI) fizeram parte do estudo.


Por Daniel Sousa e Silva


A professora do Ensino Básico, Maria Goretti Valente, apresentou provas de mestrado em Língua, Cultura Portuguesa e Didáctica, na passada sexta feira, 11, na UBI. Com o título ”Caminhos Novos da Gíria” a tese defendida surgiu, porque “há necessidade de se parar um pouco para se observar que a gíria está entrar no universo das escolas, com cada vez mais adeptos”, conta. No entender de Maria Goretti Valente “algo tem de ser feito em relação a isso, já que começa a interferir com a linguagem corrente”.
O desenvolvimento da tese teve como base um trabalho de campo (inquéritos), tendo como área de estudo a zona da Covilhã. Começou por se fazer inquéritos a alunos da UBI e das algumas escolas do concelho.
Da centena de estudantes da instituição covilhanense inquiridos tirou-se a ilação que não existe um calão intrinsecamente ligado ao Interior, como tinha suposto quando iniciou o seu trabalho. ”Não existe uma gíria da UBI”, precisa, afirmando que a linguagem utilizada é muito semelhante aos ambientes universitários do Porto, Coimbra e Lisboa.
A agora mestre viu a sua tese aprovada com a classificação de Bom com distinção, tendo como arguente Maria José dos Reis Grosso, professora auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O restante júri foi constituído por João Malaca Casteleiro, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Maria Antonieta Gomes Baptista Garcia, professora auxiliar da Universidade da Beira Interior.
Maria Goretti Valente é professora de Português do 9º ano na Escola Básica Integrada de São Domingos (Covilhã).