Por Daniel Sousa e Silva



O dirigente estudantil não vai ficar de braços cruzados perante o possível aumento das propinas
na UBI

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) vai tentar “todas as vias legais ou outras” para impedir a fixação de um valor mais alto das propinas na UBI e, até, “pela diminuição do valor da propina”. A promessa é feita por Nuno Costa, presidente da AAUBI, que, desta forma responde às declarações de Santos Silva, Reitor da UBI, ao Jornal do Fundão, onde anuncia uma subida no valor actual das propinas da instituição de ensino para o próximo ano lectivo.
O novo valor da propina, que para este ano lectivo foi de 700 euros, deverá ser decidido no final deste mês ou no início de Julho em reunião de Senado mas, tal como disse Santos Silva àquele semanário, “não deve ser fixada a propina máxima prevista por lei” (860 euros). O Reitor atribui as culpas às insuficientes verbas do Orçamento de Estado (OE) para a instituição. “Gasta-se 99 por cento do OE atribuído à UBI em pagamento de salários”, destaca.
Nuno Costa adiantou ao Urbi et Orbi que, em reunião, Santos Silva lhe disse que “a UBI atravessa algumas dificuldades financeiras”. O dirigente estudantil compreende a situação do Reitor, frisando que “a responsabilidade não lhe cabe a ele (Reitor), mas sim à Lei (de Bases do Financiamento do Ensino Superior), que desresponsabiliza o Governo e passa a «batata quente» às universidades públicas”.
O dirigente estudantil diz-se “preparado para lutar”. “Vamos fazer tudo o possível e imaginável para combater a fixação de uma propina mais alta e mesmo depois da sua fixação, seja este qual for o valor, porque acreditamos que deveria ser instituído o mínimo previsto por lei” (460 euros), conta Nuno Costa.
Durante esta semana, a direcção da AAUBI vai reunir com os representantes eleitos pelos alunos para o Senado “para se fazer um trabalho preparatório da abordagem a tomar”. Após a reunião, os estudantes terão uma posição final sobre o que será feito no dia da reunião de Senado.


O Reitor da UBI descreve o aumento como "inevitável"




Data polémica

Santos Silva explicou a Nuno Costa que a reunião só aconteceria no final do mês, já que estará à espera da atribuição de vagas para poder fazer cálculos mais exactos. “Eu não sei se será exactamente por isso. É uma medida inteligente”, diz o dirigente estudantil em tom irónico, atirando a sua teoria: “Poderá ser uma forma de evitar as contestações dos estudantes, uma vez que vai decorrer numa altura em que a maioria está em altura de exames ou já em férias.”
”Sabemos de antemão que qualquer proposta feita ao Senado será aprovada por maioria”, lamenta, já que o conjunto dos representantes dos docentes e funcionários é suficiente para aprovar o valor das propinas que será proposto por Santos Silva. De qualquer forma, o presidente da AAUBI, garante que se “vai tentar mobilizar o maior número possível de pessoas”.

 



A direcção da AAUBI ainda está a adaptar-se





Início de mandato difícil


O presidente da AAUBI avalia como “difíceis” os primeiros tempos à frente da direcção da AAUBI, lamentando que alguns membros da anterior direcção não tenham feito a transição de pastas da forma mais adequada. “Em certos casos, não houve”, precisa.
De momento, os novos dirigentes da “Casa Azul” estão a trabalhar com alguns elementos da anterior direcção para finalizar o Relatório de Contas referente ao ano lectivo de 2003/2004, embora Nuno Costa adiante que “este não é necessário para a candidatura ao subsídio do Instituto Português da Juventude” (IPJ). “Para a candidatura é preciso apenas o Relatório de Contas de 2002/2003”, esperando que o financiamento possa chegar até Setembro. “É um apoio muito importante para as actividades que temos planeadas, nomeadamente a preparação da Recepção ao Caloiro”, finaliza Nuno Costa.