Covilhã e Castelo Branco foram protagonistas de um jogo fraco

Ficha do Jogo

Complexo Desportivo da Covilhã (Covilhã)
(07-08-2004)



Árbitro: Pedro Ribeiro



Sp. Covilhã- 1
Luís Miguel, Rui Morais, Piguita, Banjai, Trindade, Cordeiro (69), Canário (28), Cunha, Pimenta, Tarantini, Oliveira.

Treinador: Fernando Pires

Jogaram ainda: Luciano, Káká, Cláudio, Óscar, Zé d’Angola, Real, Luizinho, Nuno Coelho e Luís Pedro

Benfica CB - 1
Carlos Soares, Parmalat, Martinho, Ricardo António, Américo, Rúben (54), Bruno Matos (61), Graça, Filipe Avelar, Vasco e Márcio.

Treinador: Quim Manuel

Ao Intervalo: 1 - 0

Golos: Canário (28 m) e Bruno Matos (61 m)

Disciplina: cartão amarelo: Rúben (54 m) e Cordeiro (69 m).

Figura do Jogo: Moisés
Como escolher a figura de um jogo onde Pinheiro marcou o primeiro e fez a assistência para o segundo; onde Edgar marcou um golo que valeu três pontos; onde Trindade foi um autêntico leão à solta no relvado; e onde Moisés passeou classe e talento entre as duas áreas?
A escolha recai no jovem médio apenas pelo facto de ter voltado ao onze inicial como se não tivesse estado parado por lesão há mais de um mês.

Covilhã e Castelo Branco empatam em jogo morno
Leões e águias têm duas semanas
para “afiar as garras”

O Benfica albicastrense veio à Covilhã “estragar” a festa de apresentação do Sporting. Os dois maiores rivais do distrito empataram a uma bola num jogo fraquinho que pôs a nu as fragilidades de ambas as equipas.

Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


Numa partida que, apesar de amigável, é sempre um dérbi, competia ao Covilhã assumir as despesas do ataque. Até porque era o seu jogo de apresentação aos associados. E, com efeito, foram os da casa os primeiros a criar perigo. Logo nos minutos iniciais, Tarantini consegue fugir à marcação, ultrapassa o guarda-redes Carlos Soares e desvia para a baliza. O lance só não deu em golo porque Martinho estava atento. O central compensou bem a saída do seu guardião e tirou a bola mesmo em cima da linha de golo.
Ainda que sem criar grandes oportunidades, o Covilhã ia mandando no jogo. Até que, à passagem da meia-hora, Canário, que já vestiu a camisola encarnada albicastrense, fez aquilo que melhor sabe fazer. Na cobrança de um livre directo em posição frontal à baliza, atira forte para o primeiro golo da noite. Um lance onde o guardião albicastrense não está isento de culpa.
A resposta dos encarnados demorou apenas cinco minutos. Filipe Avelar, lançado por Bruno Matos, surge isolado na marca de grande penalidade e fuzila Luís Miguel que, no entanto, nega o golo ao ex-Covilhã com uma defesa impressionante.
Na segunda metade, Quim Manuel fez abrir mais a sua equipa e o jogo ganhou outro ânimo. A bola corria agora de uma área à outra e, embora não surgissem lances de real perigo, o futebol era, pelo menos, um pouco mais atractivo. O Covilhã continuava a ter o maior domínio mas constantes movimentações de Canário, Tarantini e Oliveira raramente ameaçavam as malhas à guarda de Carlos Soares.
À falta de eficácia serrana respondia o Benfica com lances cada vez mais perigosos. Aos 60 minutos, Filipe Avelar dá o primeiro aviso e obriga Luciano, entretanto entrado em campo em substituição de Luís Miguel, a uma defesa apertada para canto. Do pontapé surge o golo da igualdade. Avelar cruza ao segundo poste, Ricardo António amortece para o coração da área e Bruno Matos cabeceia por cima de Luciano, num lance em que os centrais covilhanenses se esqueceram das marcações.
O golo encarnado teve o condão de despertar a equipa de Quim Manuel. O Benfica passou a ser, então, a equipa mais empenhada no ataque, obrigando os homens mais avançados do Covilhã a recuar em auxilio da defesa, por essa altura, já entregue aos mais jovens do plantel, como Cláudio, Óscar, Real e Nuno Coelho. Ainda assim, os “miúdos” aguentaram a carga e deram conta do recado. Até final do encontro apenas um lance merece registo. Káká – jogador à experiência no plantel leonino, mas que Fernando Pires quer manter - corre meio campo com a bola e, à entrada da área, desfere um remate fortíssimo que só pára na barra da baliza de Abelho.

Duas semanas de muito trabalho

A duas semanas do início da próxima temporada, Sporting da Covilhã e Benfica e Castelo Branco ainda têm que trabalhar muito se querem cumprir os objectivos a que se propõem. O resultado final do jogo do último sábado entre “leões” e “águias” (1-1) acaba por reflectir um pouco a pobreza do futebol apresentado de parte a parte.
O Benfica albicastrense parece ter um conjunto de atletas que se entendem bem. A espinha dorsal da equipa transita da época passada e conta agora com a ajuda daquelas que foram, em 2003-2004, as unidades mais influentes do “naufragado” Alcains. No entanto, e apesar da sólida defesa, falta aos encarnados alguma objectividade do meio-campo para a frente.
Por seu lado, Covilhã, que apresenta um plantel composto por quase uma dúzia de caras novas, ainda denota falta de entrosamento e pouca velocidade. Componentes que o treinador Fernando Pires reconhece ainda não estarem desenvolvidas mas que promete trabalhar nas próximas duas semanas. O técnico confia que no início da época a equipa já esteja com os níveis a 100 por cento mas não deixa de referir que gostaria de mais um ou dois jogadores. A prioridade seria um avançado “experiente” para equilibrar um sector que prima pela juventude.