|   Comemora-se, hoje, 
                        8, o Dia Mundial da Alfabetização. Em Portugal, 
                        são muitos, porém, os que ainda não 
                        sabem ler e a região não escapa a isso, 
                        dado que a interioridade tem sido, ao longo dos anos, 
                        uma "ajuda" a que as pessoas não tenham 
                        acesso ao conhecimento. Uma situação que, 
                        no entanto, tem vindo a mudar nos últimos anos, 
                        durante os quais tem havido a preocupação 
                        de implementar diversos cursos no Ensino Recorrente que 
                        têm vindo a mudar a vida da população, 
                        em especial, a idosa, que um dia, devido à necessidade 
                        de ir ganhar dinhiero para viver, teve que deixar de estudar. 
                        Segundo o coordenador do Centro de Área Educativa 
                        (CAE) do distrito, José Alberto Duarte, que em 
                        Julho passado esteve na Covilhã para o encontro 
                        distrital de Ensino Recorrente, no que toca a este tipo 
                        de ensino, o concelho da Covilhã é um exemplo 
                        a seguir e a intenção é alargar a 
                        rede de cursos disponíveis para conseguir dar resposta 
                        às muitas pessoas que estão inscritas nos 
                        extra-curriculares e não conseguiram vaga no último 
                        ano. 
                        Este ano lectivo estiveram a funcionar no concelho seis 
                        cursos do primeiro ciclo e dois do segundo ciclo, que 
                        Anabela Ribeiro, responsável pelo Ensino Recorrente 
                        nos concelhos da Covilhã e Belmonte. A nível 
                        da educação extra-escolar, que actualmente 
                        abrange quase 900 pessoas com os 40 cursos, a professora 
                        diz que é pena não haver capacidade financeira 
                        para arrancar com mais, uma vez que os interessados são 
                        cerca de dois mil. E se no primeiro ciclo “há 
                        todas as condições para avançar com 
                        os novos cursos, só é preciso motivar a 
                        população porque o analfabetismo, embora 
                        tenha vindo a baixar, continua a ter uma taxa elevada 
                        no concelho”, o ensino extra-escolar, aberto a toda 
                        a comunidade, bate-se com mais dificuldades. Este ano 
                        só foi possível manter os 40 cursos existentes 
                        com o apoio financeiro de algumas Juntas de Freguesia 
                        que se interessaram pelo projecto e “reconheceram 
                        a sua importância”, sublinha Anabela Ribeiro. 
                        A professora diz que frequenta o Ensino Recorrente “uma 
                        faixa etária muito heterogénea”. “Vai 
                        desde jovens de 15 anos, para quem o Ensino Recorrente 
                        é uma segunda oportunidade que não aproveitaram 
                        no sistema regular de ensino, até uma faixa mais 
                        avançada que para muitos é a primeira oportunidade 
                        de se sentarem num banco de escola. São pessoas 
                        com idades até 70, 80 anos, cuja coragem eu admiro”, 
                        salienta. 
                        Entre os factores de sucesso neste tipo de ensino está 
                        a forma como ele é ministrado. “Temos uma 
                        planificação anual, mas tentamos ir de encontro 
                        aos interesses e aspirações dos formandos, 
                        abordando assuntos que lhes dizem mais respeito. Tudo 
                        isso é feito entre a equipa de professores e a 
                        realidade do momento”, frisa. 
                         
                        Ver também: 
                      Reportagem "Nunca é 
                        tarde para aprender" 
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