Por Eduardo Alves



A piscina da Covilhã copia o modelo do complexo existente em Castelo Branco

A confiar nas memórias do vereador socialista Miguel Nascimento, a promessa de construção de uma piscina, na Covilhã, “vem de 1997”. Época em que Carlos Pinto, o actual presidente do municípios discutia os comandos da autarquia.
Desde essa altura, até à passada sexta feira, muitas histórias, locais, concursos e projectos viram a luz do dia. “Tudo menos a dita piscina”, como recorda Nascimento. Numa primeira fase, a actual piscina municipal no bairro dos Penedos Altos, que se encontra fechada ao público, foi alvo de remodelações. A cobertura do tanque a adaptação de um sistema de água quente conferiram às instalações, alguma actividade. Fissuras na piscina e roturas nos muro de suporte contribuíram para o seu “encerramento temporário”.
Com o aparecimento do Complexo Desportivo, surge também a intenção e o local para a construção de uma piscina nova. Proposta que Carlos Pinto reiterou no passado mês de Agosto, aquando da entrega de 12 fogos de habitação social no Bairro do Património, Covilhã. Por essa altura, Pinto explicou mesmo as características “olímpicas” da nova estrutura desportiva “e de lazer”. Para o edil, com uma estrutura dessa natureza, o município “fica servido com o que existe de melhor”. Nesta sexta feira, 17, logo após a votação que decide um novo local e uma nova piscina, Miguel Nascimento voltou à carga. Para o vereador da oposição “esta câmara está a navegar à vista”. O caso das piscinas que vão agora mudar de lugar, “é só mais um exemplo”.


A oposição pede "que a piscina seja construída de uma vez por todas"



Modelo de Castelo Branco vai ser copiado

Para desenhar o novo complexo de lazer da cidade serrana foi contactado o arquitecto Marçal Grilo. O mesmo responsável pela construção e ideia da piscina-praia existente na capital de distrito. Segundo as palavras do vereador do desporto, Joaquim Matias, a nova piscina “vai ser construída junto ao Jardim do Lago”. Um investimento orçado em milhão e meio de euros e que ainda não tem prazo de execução. O local foi visitado “durante a passada semana, pelo executivo, pelo vereador da oposição e pelo próprio arquitecto”, explica Matias. O vereador da Câmara da Covilhã adianta mesmo que foi o próprio arquitecto “a sugerir esta localização”. Uma ideia que encontrou o acordo dos responsáveis autárquicos.
Para os órgãos camarários é agora tempo de anular o concurso que já existia para a construção da piscina no Complexo Desportivo e abrir um novo concurso para a construção desta estrutura no Jardim do Lago. Para Miguel Nascimento, “é sim tempo para construir uma estrutura em condições de servir os munícipes”. O vereador socialista na oposição na Câmara da Covilhã sublinha que “para além dos habitantes não terem ainda uma estrutura de lazer adequada, a câmara já gastou mais de 100 mil euros em concursos e projectos, que ficam sem qualquer efeito”.
Matias promete que “desta é de vez” e a cidade vai ficar com uma piscina “em tudo semelhante à existente em Castelo Branco”. Uma estrutura de lazer que conjuga a piscina normal e uma parte com areia, onde “o próprio terreno e construção conferem semelhanças a uma praia”, explica o vereador do desporto. O local avançado pelo arquitecto Marçal Grilo, “por ter uma grande incidência solar e boas acessibilidades”, foi aprovado por todos. O concurso para construção vai ser lançado nos próximos meses.




O autarca covilhanense defende portagens na A-23





Pinto a favor de portagens



Carlos Pinto afirma-se a favor de “portagens na A-23”. Numa sessão de câmara onde a ordem de trabalhos não apresentava pontos de grande discussão, a troca de palavras, que chegou a ser insultuosa, ocorreu no período inicial da discussão. Nascimento mostrou-se contra a atitude do Governo, por querer colocar portagens nas SCUT’s. Uma posição contraposta por Carlos Pinto, que mostra os cálculos efectuados pelo Instituto de Estradas onde se prevê o pagamento de 500 mil euros, pelo Estado, devido a portagens virtuais.
Nascimento refere que “se forem colocadas portagens na A-23, a região vai conhecer um retrocesso”. Já Pinto defende o outro lado da medida governamental. O presidente da autarquia covilhanense foi mesmo mais longe ao defender uma solução semelhante para Coimbra. Carlos Pinto diz que “aceitaria perfeitamente bem, se Santana Lopes construísse uma auto-estrada para Coimbra, com portagens”. Uma solução que Nascimento repudiou.