A região que engloba as zonas fronteiriças é das mais pobres da Europa
Guarda
Especialista espanhol diz que concelho é dos mais pobres da Europa

Segundo um especialista em assuntos sociológicos, a região raiana junto à Guarda é das mais pobres da Europa. O alerta com o sentido de voltar as autoridades para este assunto.


NC / Urbi et Orbi


O representante do governo espanhol na província de Salamanca, Jesus Málaga Guerrero, classificou na passada semana, na Guarda, a zona fronteiriça da província de Castilla y León com Portugal como a "bolsa mais pobre da Europa". Aquele responsável participou no Primeiro Encontro Transfronteiriço, que reuniu na Guarda o governador civil do distrito, Joaquim Lacerda, Jesus Málaga Guerrero e outros responsáveis da região espanhola, forças de segurança portuguesas (GNR, PSP, Brigada de Trânsito, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Judiciária), e responsáveis do Instituto de Estradas de Portugal (IEP), entre outros.
Jesus Málaga Guerrero referiu que esta é a zona mais despovoada de Espanha, nomeadamente a zona das Arribas, do Douro e Águeda, com um índice de população em alguns lugares de 05/06 habitantes por quilómetro quadrado, configurando uma ocupação "quase como um deserto, com uma população muito envelhecida, com muito pouca dinâmica económica, pelo que há que rentabilizá-la com fortes investimentos".
Para o efeito, o governo espanhol aprovou há seis meses um plano especial designado por Plano do Oeste, para a reabilitação e recuperação de três províncias marginais de Espanha - León, Zamora e Salamanca - confinantes com a fronteira portuguesa.
O governador civil da Guarda afirmou, por seu turno, que idêntica situação de despovoamento e baixa dinâmica económica é registada do lado português, realçando que "quando se fala de Interior tem-se frequentemente a ideia da linha de fronteira mas os problemas são comuns, porque perante a Europa esta zona já não será interior mas um litoral".
"Pelos vários governos, este Interior tem sido tratado mais ou menos da mesma maneira e tem levado a que a população tenha saído, quer pela emigração quer com a migração interna para o litoral", disse.