A Ministra da Ciência,
Inovação e Ensino Superior, Maria da Graça
Carvalho, assinou na última segunda-feira, 8, durante
a cerimónia comemorativa do aniversário
do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB),
o protocolo para a instalação da Escola
Superior de Turismo no Fundão, o futuro pólo
desta instituição de ensino. Depois da capital
de distrito seguiu-se a visita à cidade fundanense,
onde a governante visitou as obras da nova Escola Profissional
da cidade, junto ao Centro de Saúde, onde provisoriamente
vai ficar instalado o curso, e falou na decisão
de trazer o Ensino Superior público para o Fundão
com o objectivo da qualificação profissional
na área e como um contributo para o desenvolvimento
da região.
O processo ainda está em curso e há várias
questões administrativas para resolver no ministério
da tutela, mas o presidente da Câmara do Fundão,
Manuel Frexes, espera que no início do próximo
ano lectivo já esteja tudo pronto para receber
os primeiros alunos. Numa fase inicial as aulas vão
decorrer nas novas instalações da Escola
Profissional, que deve estar concluída em Março,
mas já está escolhido o terreno para a construção
da futura Escola, no sítio dos Arraiais, junto
ao campo de futebol da cidade.
Quanto à Escola Profissional a obra está
orçada em 2 milhões e 900 mil euros e só
está assegurado o apoio comunitário de 800
mil euros. Mas Frexes diz que a sua política não
é estar à espera do financiamento para se
fazerem as coisas depois, "senão não
se fazia nada". O diferencial está a ser negociado
com o Ministério da Educação e outras
entidades e mostra-se confiante que vai garantir o valor
em falta "em qualquer janela de oportunidade que
aparecer".
Reparar uma injustiça
A ministra diz que o Instituto Politécnico já
enviou a proposta do novo curso que vai ser posta à
consulta do Conselho Coordenador dos Politécnicos
e do Conselho Executivo do Ensino Superior. Maria da Graça
Carvalho sublinha ainda que a prioridade do ministério
é optimizar o que já existe e não
criar novos estabelecimentos de ensino. Mas explica que
a Escola Superior a instalar no Fundão foi uma
excepção por ser na área do turismo,
estar ancorada na experiência de uma escola profissional
que já existe com as instalações
que tem e tendo em conta que a uma cidade como o Fundão
faltava o Ensino Superior público. E acrescenta
que “sendo a área do turismo tão importante
para a nossa economia e que tanto precisa de qualificação
foi considerada uma dessas excepções”.
A governante rejeita a ideia de que, uma vez que em Seia
existe também o curso de Turismo, esteja a haver
desperdício de meios e recursos. Diz que é
importante aumentar a percentagem de licenciados, qualificar
as pessoas e que há espaço para mais uma
Escola Superior de Turismo. E fala na necessidade de haver
interacção entre estabelecimentos de ensino.
Para Manuel Frexes a instalação da Escola
vem reparar uma injustiça cometida com o Fundão
quando fechou o Magistério Público. "Faltava
aqui o último elo" da cadeia de ensino, frisa
o autarca. E realça que para combater a desertificação,
o envelhecimento da população e conseguir
fixar jovens no concelho é necessário "ganhar
a aposta do emprego, do mais ao menos qualificado",
para que a Escola pode contribuir. E acrescenta que é
necessário povoar o território também
com instituições.
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