Oposição ataca
PS diz que orçamento municipal é "megalómano e irrealista"

Os socialistas criticam o facto de 50 por cento do orçamento vir da venda de património. E afirma que o mesmo não terá mais de 35 por cento de execução.

NC / Urbi et Orbi


A Comissão Política e Executiva do Partido Socialista (CPE) critica o Plano Plurianual de Investimento (PPI) para 2005 para o concelho da Covilhã. Um orçamento de 97,7 milhões de euros, onde 50 por cento provém de alienação de património, que é considerado pelo PS como "megalómano e irrealista".
Para Artur Meireles e Serra dos Reis, membros da Concelhia socialista, o orçamento de 97,7 milhões de euros, aprovado pela maioria social democrata, é "megalómano e irrealista". A justificação dada para esta classificação do PPI prende-se com o facto de cerca de 50 por cento, 48, 3 milhões de euros, do total do plano advir da venda de património. Serra dos Reis vai mais longe, ao acusar que o valor do orçamento lançado pela autarquia só poderá ser atingido "se a sede da Câmara for vendida". A venda de património não é uma situação nova, visto constituir uma fonte de receitas para a autarquia, mas que faz desconfiar os socialistas. Segundo os relatórios de contas de gerência do orçamento municipal de anos anteriores, esta forma de financiamento tem vindo a "decrescer", garante o PS. Mas o PPI assenta num aumento de aproximadamente 13 milhões de euros em alienação de património, cerca de 37 por cento a mais que em 2004. Desta forma, os socialistas apresentam as suas contas e fazem um pouco de "futurologia", ao preverem que o orçamento terá "não mais" de 35 por cento de execução. As suspeitas "rosas" assentam nos PPI's de anos anteriores e exemplificam com o plano de 2003 que tinha um orçamento de 101 milhões de euros e ficou-se pelos 28,5 por cento de execução.

Socialistas pedem demissão de Matias da Rádio

A relação da autarquia covilhanense com a Rádio Clube da Covilhã (RCC) foi também alvo de análise por parte dos socialistas. Para a Concelhia "rosa" o vereador Joaquim Matias, a quem chamam de "vereador da propaganda" deveria demitir-se do cargo directivo que ocupa na RCC. O conselho deixado ao vereador deve-se ao facto do PS considerar que não existe imparcialidade por parte do funcionário público e apenas responder às ordens do presidente de Câmara, Carlos Pinto. "Já nem é a voz do dono, é o cão que segue fielmente as pisadas dele", frisa Meireles. A crítica estende-se ainda a "pressões" por parte do executivo social democrata aos orgão de comunicação, que tentam "desesperadamente controlar custe o que custar". Já Serra dos Reis acusa o executivo "laranja" de deixar cair a "capa de verniz democrático", apontando que reina na Câmara a "prepotência e autoritarismo do quero, posso e mando". Mas assegura que também os valores elementares de democracia, transparência, participação e discordância foram quebrados com a "perseguição" aos jornalistas. A Concelhia sustenta não poder pactuar com situações em que o presidente da Câmara "enxovalha publicamente" uma profissional da comunicação e assume estar solidário com os jornalistas "amordaçados".