Na perspectiva dos participantes neste encontro, o mercado chinês é um dos que mais aflige os industriais têxtil do nosso País
IV Encontro Nacional de alunos de EPGI
“A China afronta o mundo inteiro”

O livre acesso nos mercados ocidentais e o investimento realizado por países como a China preocupa os empresários covilhaneneses. A ideia foi debatida num encontro onde foi dado a conhecer que o Parkurbis tem abertura marcada para Julho de 2005.


Por Ana Isabel Andrade


A Universidade da Beira Interior recebeu pela quarta vez o Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia e Gestão industrial (ENNEGI), realizado pelo UBINEP – núcleo de estudantes do curso de Engenharia da Produção e Gestão Industrial. Durante o passado fim-de-semana, os alunos tiveram a oportunidade de debater a questão da produtividade e da competitividade em Portugal, com mais preocupação no interior.
Na ordem de trabalhos, deu-se destaque à preocupação de investimentos por parte de países como a China, no tecido empresarial e o livre acesso nos mercados ocidentais. Segundo o empresário João Carvalho, Director da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor, “A China afronta o mundo inteiro” e terá “um efeito dumping na região”. Já Pedro Farromba, director executivo do Parkurbis – Parque de Ciência e tecnologia da Covilhã, referiu a urgência da implementação de novas tecnologias na indústria têxtil. A incorporação de telemóveis nos casacos e etiquetas electrónicas, são algumas das apostas de um projecto que não pretende ficar na gaveta. Pedro Farromba referiu ainda a abertura do Parkurbis já para Julho de 2005.
“A China é uma ameaça” afirma Rui Pereira, da ASSEC, pensando no futuro da indústria, não só em Portugal, mas também na Europa. O responsável alertou ainda para a preocupação com o sector laneiro, uma vez que se a indústria têxtil descer, é inevitável que este venha a desaparecer.
Segundo Rui Amorim, presidente do UBINEP, “ as actividades que foram planeadas para este encontro resultam dos encontros anteriores” em que se “ discute o perfil de um ENNEGI”. No fim da conferência, o UBINEP tinha programado uma visita de estudo ao Museu de Lanifícios da UBI e no final do dia uma “resolução de casos de estudo” como refere Rui Amorim, “de dificuldade muito elevada”.
Um outro tema em questão, foi a crise nas engenharias. Para o professor Carlos Cabrita, que deu os parabéns ao UBINEP pela iniciativa, “há crise nas engenharias”. O docente lamentou ainda a fraca adesão por parte dos alunos de EPGI. Sobre este assunto, Rui Almeida, vice – presidente do UBINEP, explica que com “ a adaptação das universidades ao processo de Bolonha e com a avaliação contínua, a realização deste tipo de eventos torna-se cada vez mais complicada.” Mas por outro lado refere que estes encontros são importantes na medida em que “ dão alguma visibilidade e credibilidade no meio empresarial.”
Confrontado acerca da credibilidade dada aos alunos de EPGI, por parte das empresas, caso o curso encerre, Rui Amorim afirma que “ a credibilidade é transportada com o aluno e o que conta é o que o aluno transporta consigo.” Relativamente ao encerramento ou não, do curso de EPGI, tanto o presidente como o vice – presidente do UBINEP afirmam que vão continuar a lutar.