Amnistia Internacional – Contra a violência sobre as mulheres
Apelar para a consciência

Os “Cães à Solta”, em parceria com a “Carroça” e o Núcleo de Castelo Branco da Amnistia Internacional levam a palco uma campanha contra a violência sobre as mulheres. “AI” é o nome da peça de teatro que aborda esta problemática.

Por Ana Almeida


O grupo de teatro “Cães à Solta” estreou, no passado sábado, dia 11 de Dezembro, pelas 21 e 30 horas, o seu mais recente trabalho – “Ai”, no Centro Cultural de Alcains.
A peça de teatro “Ai” resulta da junção entre os grupos de teatro “A Carroça” e “Cães à Solta”, ambos de Alcains, e do recém-formado Núcleo de Castelo Branco da Amnistia Internacional (NCBAI), para denunciar a persistente violação dos Direitos Humanos. Este espectáculo, de cerca de 20 minutos, pretende sobretudo “sensibilizar e perturbar o público para o problema que afecta milhares de mulheres em todo o mundo: a violência doméstica”, explica Nuno Leão, actor dos “Cães à Solta”.
Num cenário escuro, marcado pela luz negra, quatro actores dão vida à campanha organizada pela Amnistia Internacional (AI) “Contra a violência das mulheres”, utilizando apenas a expressão corporal e música ao vivo.
Para Fátima André, encenadora da peça e membro do NCBAI, “a ideia surgiu por considerar urgente intervir na luta contar a violência que coloca em risco os princípios básicos da humanidade”.
Com a sala cheia, a reacção do público foi unânime: silêncio e alguma comoção. “Foi um espectáculo emocionante, pois conseguiu perturbar e deixar as pessoas pensativas sobre a violência mundial”, afirma Maria João Canadas, uma das espectadoras da peça teatral.
Em palco estiveram os actores Maria Teresa Rafael, Nuno Leão, Bruno Esteves e Ricardo Martins e ainda os músicos António Preto, Gonçalo Rafael, Ricardo Marques e Rui Barata.
Antes da actuação, foram distribuídos ao público textos da autoria de Milene Pio, membro dos “Cães à Solta”, sobre a problemática da violência sobre as mulheres.
No final do espectáculo, seguiu-se a apresentação do NCBAI, liderado por Nélson Mingacho e Elsa Ligeiro. Esta conferência contou, ainda, com a presença do vice-presidente da AI – Secção portuguesa, José Miguel Costa. A AI é uma associação não governamental que investiga casos individuais de abusos dos Direitos Humanos, com o objectivo de pressionar os governos de todo o mundo a observarem o primado da lei dos Direitos Humanos conhecidos internacionalmente.