Na que foi a última reunião de 2004, o executivo limitou-se a ouvir alguns munícipes
Reunião de Câmara
Duas prendas no sapatinho

O último encontro do ano 2004, do executivo camarário, serviu apenas para formalidades. Dos sete pontos que compunham a ordem de trabalhos do dia, apenas um mereceu apreciação mais cuidada por parte da equipa camarária.


Por Eduardo Alves


Sem que tenha sido apresentada qualquer justificação, os microfones do Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã, onde se realizam as reuniões de carácter público, desapareceram da sala. Quer os munícipes, quer a Comunicação Social sentiram bastantes dificuldades em acompanhar o desenrolar da sessão. Este tipo de episódios começa a tornar-se frequente na CMC. O vereador da oposição Miguel Nascimento, numa das primeiras vezes em que a mesa de reuniões se encontrava sem microfones questionou os responsáveis camarários sobre a falta desse material. Na altura, a resposta foi confusa, na passada sexta-feira, 17, esta nem sequer existiu.
Passado todo este episódio, que dificultou o trabalho dos jornalistas, principalmente de rádio, a sessão começou com algumas interpelações dos munícipes. O social-democrata Carlos Pinto, que preside à câmara, ouviu algumas críticas sobre buracos no asfalto, pedidos de habitações sociais e demoras na atribuição de licenças de construção. Passado o primeiro ponto da ordem de trabalho, o da intervenção do público, o executivo seguiu para a aprovação da acta da reunião anterior, balancete e discussão de dois pontos referentes a algumas obras e protocolos.

Covilhã privatiza águas

Terminado o ano civil, a Câmara da Covilhã recebe duas prendas. Do Ministério do Ambiente vem a resposta positiva quanto à desafectação do município covilhanense da empresa inter-municipal Águas do Zêzere e Côa (AZC). Desde a constituição desta empresa, que reúne o tratamento de águas residuais e outro tipo de serviços relacionados com este bem de dez concelhos, que a autarquia covilhanense se mostrou contra a entrada no conjunto.
Miguel Nascimento fala mesmo em “políticas de má fé de ambas as partes”. Ainda que os destinos do município serrano e da empresa AZC sejam conduzidos por políticos da mesma cor partidária. Há já algum tempo que a Câmara da Covilhã tinha requerido junto do ministério que tutela esta pasta, a desafectação do conjunto destas empresas. O voto favorável sobre esta medida veio dar à câmara a possibilidade de entregar a uma empresa privada, o tratamento de águas, e resíduos.
A Câmara Municipal da Covilhã anunciou agora que a gestão deste recurso vai agora ser feita pela AGS, uma empresa pertencente à holding SOMAGUE. Miguel Nascimento, vereador na oposição também votou favoravelmente. Segundo o socialista, “as condições dadas pela AGS são benéficas em dois pontos, comparativamente à gestão da AZC”. Nascimento explica que a empresa da holding SOMAGUE explora por 30 anos a gestão da água da Covilhã, contudo, “propõe-se a terminar o saneamento básico do concelho e a construir novas estruturas de apoio à distribuição e tratamento de águas”. No final do acordo, e segundo Pinto e Nascimento, tudo o que for construído reverte a favor do município.