Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi


Foram 25 elementos a fundar esta confraria que agora se dispõe a promover o azeite

Com todos os rituais seguidos à risca a Confraria do Azeite da Cova da Beira entronizou no passado sábado, os primeiros 25 confrades, que usaram pela primeira vez as vestes características, em tons de verde e amarelo, e as respectivas insígnias. Uma cerimónia apadrinhada pela Confraria da Chanfana, de Vila Nova de Poiares.
A associação foi criada a 9 de Junho por pessoas ligadas à produção e comercialização de azeite e o objectivo é valorizar, promover e contribuir para a consolidação da qualidade de um produto que tem peso na região. E embora a confraria seja de âmbito nacional dará particular relevância às regiões produtoras, nomeadamente à Cova da Beira, onde entendem que se produz um dos melhores azeites.
Para se ser confrade, diz Francisco Lino, um dos fundadores, "é preciso vir de bons azeites, com boa disposição e que venha para contribuir para arrancar a oliviccultura desta situação em que se encontra".
Francisco Lino sublinha que "se nós olharmos para as mãos de quem anda a apanhar azeitona estão cheias de rugas e se olharmos para os bolsos estão sem dinheiro". "Como é que é possível esta situação se temos um dos melhores azeites", questiona. Por isso entende que uma das funções da confraria passa também por chamar a atenção das entidades competentes "que é preciso intervir seriamente com políticas sustentadas".
Este responsável convida todos os agentes ligados ao azeite a juntarem-se a este grupo que quer credibilizar e valorizar o produto e frisa que a confraria, onde há espaço para todos, tem classificações para toda a gente que queira entrar. Desde a plantação da oliveira, da indústria transformadora ao comércio.
Premiar investigação na área do azeite
Um dos principais projectos é a criação da Academia do Azeite. Um organismo independente da confraria constituído por gente ligada à investigação, que vão convidar. A ideia é promover dentro das instituições de ensino incentivos à investigação sobre as qualidades do azeite. A confraria compromete-se a entregar um fundo que vai ser constituído para premiar os melhores trabalhos académicos, com aplicabilidade na área industrial.
Esta é uma ideia em que vão trabalhar e os responsáveis esperam ter novidades nesta matéria quando comemorarem o primeiro aniversário, no próximo 9 de Junho. Nessa altura decorrerá também a entronização de novos confrades.