Um empate que leva o Covilhã até ao terceiro lugar da tabela
12º empate dita descida ao terceiro lugar
Muito vento e pouca inspiração

Numa tarde muito ventosa, o Covilhã deixou “voar” dois preciosos pontos. Os leões voltam a empatar e perdem segundo posto para o Tourizense.


Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


“Campeão dos empates”. Este título, pelo menos, já ninguém deve tirar ao Sporting da Covilhã. No último domingo a turma serrana somou a 12ª igualdade da temporada (a sétima em casa) e acabou, por isso, por perder o segundo lugar para o Tourizense. Os serranos mantém a invencibilidade desde a primeira ronda da prova, e já lá vão 20 jogos sem perder. Mas, por outro lado, apenas por oito vezes conquistaram os três pontos. Muito pouco. Muito pouco mesmo para uma equipa que prova a cada jogo que é capaz de fazer bem melhor.
O filme do último jogo foi um remake de tantos outros esta temporada. A equipa entra bem no jogo, acaba por marcar, e depois tenta gerir a vantagem mas deixam-se empatar nos instantes finais. Já deviam ter aprendido com os 11 empates precedentes que essa não será a melhor política.
Frente ao Abrantes, os serranos repetiram a dose. Colocaram-se cedo em vantagem com um golo de insistência de Luizinho depois de um bom trabalho de Pimenta pela esquerda. Poucos minutos antes o avançado do Covilhã tinha ameaçado com um cabeceamento que pôs à prova os reflexos de Vítor Bernardes. Mas depois do golo o Covilhã retraiu-se. Sentou-se confortavelmente deixando o tempo passar. Pimenta e Luizinho ainda tentaram, mas sem a convicção necessária.
O Abrantes, por seu turno, apresentava no Santos Pinto um futebol tosco. Mais prático que técnico. E jogadores trabalhadores. Muito trabalhadores, que compensaram a inferioridade técnica com uma entrega total ao jogo. E embora durante os primeiros 45 minutos não tenham criado qualquer embaraço a Luís Miguel, deixaram a indicação de que não estavam satisfeitos com o resultado e que fariam sofrer os serranos no segundo tempo. E não enganaram.
Na etapa complementar assiste-se a uma transfiguração do conjunto visitante. Mais objectivo ainda, o conjunto de Vítor Alves assumia o meio-campo. O vento forte que se fazia sentir no Santos Pinto beneficiava também o futebol mais musculado dos abrantinos, e ajudava a travar as bolas metidas em profundidade pelos médios serranos, que depois de 45 minutos a jogar com o vento pelas costas, se viam agora com mais um adversário pela frente.
Ainda assim, foi preciso esperar pelos 60 minutos para ver o primeiro do conjunto forasteiro. Um pontapé canhão que obrigou Luís Miguel à defesa da tarde. Mas o momento mais arrepiante aconteceria 10 minutos depois, quando Banjai (o melhor em campo) corta uma jogada de ataque para a barra da própria baliza.
O Covilhã perdia completamente o norte, e durante largos minutos reinou a completa anarquia dentro do relvado, com jogadores da mesma equipa a estorvarem-se mutuamente. Não foi, por isso, grande surpresa o golo do empate a cinco minutos dos 90. Uma falha clamorosa de todo o sector defensivo dos leões permite, primeiro, o cruzamento da direita e, segundo, que a bola cruze rasteira toda a grande área até ao segundo poste, e terceiro, a assistência para a entrada da área onde, à espera e sem qualquer marcação, se encontrava Nuno Lemos.
Depois sim. O motor do Covilhã começou a carburar. Com o 12º empate à vista, os pupilos de Fernando Pires caíram, literalmente, em cima da área adversária e criaram uma mão cheia de oportunidades para recuperar a vantagem, mas o vento continuava a prejudicar e, por essa altura, já os abrantinos defendiam com 11 unidades dentro da área.