A equipa serrana lidera agora o campeonato
Covilhã vence e Mafra empata
Leões caminham sozinhos na frente

Dois jogadores emprestados pela Naval, Rui Miguel e Pesquina, deram a volta a um resultado que, ao intervalo, era nefasto para as aspirações dos serranos. O Mafra empatou em Esmoriz e deixou os Leões sozinhos no comando.


Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


O Covilhã está, finalmente, instalado na primeira posição da tabela. Há várias jornadas que os Leões da Serra lideravam a II B a par do Mafra, só que, no confronto directo, a turma de Vítor Móia levava a melhor. Mas no último fim-de-semana o conjunto beirão descolou dos mafrenses, que empataram a uma bola em Touriz. A equipa de Fernando Pires foi a Estarreja e rectificou o embaraço da primeira volta, que tinha ditado um empate no Santos Pinto a duas bolas. Mas não foi fácil o triunfo dos covilhanenses.
Frente ao antepenúltimo classificado, o Covilhã entrou bem e foi a primeira equipa a criar lances de verdadeiro perigo. Luizinho, em duas ocasiões, teve o golo nos pés, mas não conseguiu desfeitear o guardião Apolo. À passagem do minuto 20 foi a vez de Rui Miguel colocar a defesa local em sentido ao rematar forte, mas ao poste.
Ao controlo do Covilhã, respondia o Estarreja com o contra-ataque. E à falta de pontaria dos visitantes, respondia com eficácia. Praticamente no primeiro remate do jogo, o conjunto local chega ao golo. Luís Miguel sai mal a um cruzamento e, se ao primeiro remate de Jorge Gomes, ainda valeu o poste, já na recarga, nada impediu Paulo Jorge de inaugurar o marcador.
O golo, que a turma orientada por Luís Barbosa ainda não merecia, teve um efeito nefasto na equipa verde-e-branca, que ficou notoriamente abalada, e catapultou os locais para uma boa exibição até ao intervalo.

Reforços da Naval mostram valor

Ao intervalo, Fernando Pires faz alterações significativas no onze. Cordeiro entra para o lugar de Cláudio e Pesquina substitui Tarantini. Com estas alterações, o técnico serrano alarga significativamente a frente de ataque, uma vez que Pesquina se junta a Oliveira e Luizinho na frente, e Cordeiro consegue fazer todo o corredor esquerdo.
Apesar da nova disposição das peças no xadrez verde-e-branco, são os da casa que, embalados pelo excelente final da primeira parte, voltam a criar perigo. Mas frente a Luís Miguel, Micas não tem o sangue frio suficiente para ampliara a vantagem. E esta seria mesmo a última oportunidade flagrante para a equipa da casa. A partir daqui o Covilhã tomou conta do jogo e, aos 60 minutos, quando o Estarreja se viu reduzido a dez por expulsão de Hernâni, teve a tarefa ainda mais facilitada.
O golo adivinhava-se e acabou por surgir mesmo aos 63 minutos na sequência de um grande remate de Rui Miguel. O reforço de Inverno emprestado pela Naval (tal como Pesquina e João Morais) pegou na bola em cheio ainda de fora da área e atirou sem defesa possível para Apolo.
Sem poderio ofensivo, os comandados de Luís Barbosa recuam e limitam-se a defender o empate com unhas e dentes. Mas apenas seis minutos depois, as redes locais voltam a balançar, desta feita por outro “navalista”. Pesquina, a passe de Luizinho, faz jus à sua reputação de ponta-de-lança letal e bate Apolo pela segunda vez.
A perder, o Estarreja ainda tentou de tudo para chegar ao empate, mas nem sequer se conseguia aproximar com perigo da grande-área. Com uma unidade a mais, os serranos passaram, então, a controlar e a aproveitar espaços formados pelo avanço dos locais. Por mais duas vezes o Covilhã poderia ter ampliado, mas também seria um castigo demasiado pesado para uma equipa que, não obstante a posição que ocupa na tabela, deu tudo o que tinha e bateu-se, enquanto em igualdade numérica, de igual para igual.
Pela primeira vez na condição de líder isolado, o Covilhã recebe, no dia 3 de Abril (os campeonatos param na próxima semana) a surpreendente formação do Oliveira do Bairro, uma equipa que, por 10 vezes em 13 jogos, roubou pontos em terrenos alheios.