Segundo os comunistas esta atitude advém de "uma visão senhorial do concelho"
PCP protesta
Câmara da Covilhã retira cartazes políticos

Foram vários os cartazes e outdoors mandados retirar pela autarquia covilhanense. Os mais pequenos estão em paradeiro incerto, os de maior porte foram pintados de branco. Para o PCP, a quem pertenciam os referidos objectos, esta atitude camarária não passa de “uma visão senhorial do concelho”.


Por Eduardo Alves


Os espaços estavam legalizados, as mensagens não apresentavam qualquer tipo de matéria que ultrapassasse a lei e nada fazia prever a atitude da Câmara da Covilhã. Recorde-se que a autarquia social-democrata mandou uma equipa de funcionários retirar os cartazes que o PCP tinha colocado em vários espaços da cidade. Isto no caso dos de menor porte, “visto que os placards gigantes foram pintados a branca, bem como algumas pinturas murais”, sublinha Jorge Fael, responsável político do PCP Covilhã.
Em conferência de imprensa realizada na passada semana, os comunistas mostraram o seu descontentamento perante uma atitude que só mostra “a visão senhorial da cidade e do concelho e uma concepção retrógrada do exercício das liberdades”, acrescenta Fael.
A destruição da propaganda do PCP, por parte da autarquia covilhanense vai levar os comunistas a processar os responsáveis. Com todas as licenças pagas e todos os avisos legais feitos, segundo os responsáveis políticos comunistas, “esta situação não passou de uma ilegalidade”.

Intolerância e arrogância

Na conversa com os jornalistas foi lido o comunicado do PCP covilhanense. Do documento que pretende transmitir o descontentamento deste partido ressalta o parágrafo onde classificam a atitude câmara como “manifestações de intolerância e arrogância”, às quais o PCP “sempre se opôs.
Para os comunistas, o social-democrata Carlos Pinto “tem protagonizado episódios onde ora insulta uns, ora amesquinha outros”. Todos os passos dados pela edilidade, neste sentido, são entendidos pelo PCP como “graves ataques ao direito constitucional de livre expressão e informação, a que está associado o direito de livre propaganda”. Daí que os comunistas ponderem avanças judicialmente contra o Câmara da Covilhã.