Os desafios e as problemáticas do empreendedorismo foram debatidos na UBI
Empreendedorismo em Portugal
Incentivar o progresso económico, a inovação e o emprego

Troca de informações e experiências, tendo em vista a difusão do empreendedorismo em Portugal e a reflexão, em conjunto, das possíveis actividades a desenvolver pelo grupo de professores.


Por Mayra Fernandes


Professores de diversas instituições reuniram-se esta sexta-feira, dia 8, para uma conferência subordinada ao tema “Empreendedorismo em Portugal”, no Pólo Ernesto Cruz da UBI, no âmbito do 3º Encontro de docentes participantes na Acção COHITEC – COTEC.
Com início pela manhã, a conferência decorreu até ao fim da tarde, tendo por objectos principais de discussão os “Desafios e Problemática do Empreendedorismo em Portugal e a Apresentação do Estudo GEM (Global Entrepeneurship Monitor)”.
O objectivo desta conferência é a troca de informações e experiências, tendo em vista a difusão do empreendedorismo em Portugal e a reflexão, em conjunto, das possíveis actividades a desenvolver pelo grupo. Confrontar os diferentes professores de várias instituições, para comparar o que se tem feito ao nível das universidades em termos de disciplinas direccionadas no campo do empreendedorismo e as medidas possíveis para que se possa incrementar esta actividade logo de raiz (nas universidades) foram temas abordados no evento.
A apresentação do estudo GEM foi relativa ao caso específico espanhol da região da Extremadura. O conferencista deste painel, Ricardo Hernández Mogollón, professor Catedrático da Universidade da Extremadura debruçou-se sobre a necessidade e importância da existência do projecto GEM. Este nasce de duas preocupações, por um lado, o fracasso empresarial, por outro, a preocupação mundial pela falta de medidas harmonizadas e continuadas na actividade do empreendedorismo. Este projecto engloba 34 países, entre os quais Portugal e visa três elementos fundamentais, o progresso económico, a inovação e o emprego. O seu maior objectivo é dissipar as diferenças nesta actividade para que não haja países mais empreendedores do que outros, procurando soluções que os possam igualar a esse nível.



Professor como empreendedor

Os docentes devem incentivar os seus alunos a novas formas de trabalho

“Quando se fala em empreendedorismo fala-se também em universidades, pois estas necessitam recursos para os quais e nos quais é fundamental investir”, afirma o orador, acrescentando: “as pessoas devem criar novas firmas, investir em torno das firmas já existentes e criar infraestruturas adequadas à evolução. É preciso investir nos recursos humanos das regiões, tais como a Beira Interior, de modo a que os potenciais empresários formados na universidade não sucumbam ao fluxo migratório”.
“O empreendedorismo nas universidades deve contar com o relacionamento destas com as empresas, para que o papel do professor seja também o de empreendedor, o empresário que deve incentivar os alunos” defende Ricardo Mogollón.
As recomendações específicas deste projecto compreendem a abertura do mercado interno, o apoio financeiro, um bom sistema de educação primário e secundário e a máxima interacção com as universidades.
O GEM embora aliciante e interligado com as mais diversas organizações internacionais, como o Banco Mundial e a OCDE, tem uma componente muito complexa relacionada com a adequação, a harmonização de todas as empresas dentro do projecto. “Essa complexidade advém do grande número de países envolvidos no grupo”, justifica o professor espanhol, que adianta que é impreterível uma evolução idêntica em todos os países envolvidos. Tal evolução é controlada através de relatórios enviados à sede do GEM em Londres, de maneira que as empresas sejam supervisionadas e avaliadas.
O financiamento necessário para fazer parte e respeitar todas as normas do GEM custa cerca de 60 mil euros por ano. Em Portugal há apenas uma consultora do GEM, sediada no Porto.