Por Filipa Minhós


Mais uma vez os docentes da UBI apostam na motivação dos seus alunos

O clima económico de Portugal não é favorável à criação de empresas. A maioria dos portugueses mostra desejo de desenvolver o seu próprio negócio, mas o receio de falhar, o excesso de burocracia, e a falta de capital inicial para o arranque de novas empresas são grandes obstáculos à cimentação de um espírito empreendedor no nosso País. “Os números falam por si. Um estudo europeu mostra uma taxa empreendedora em Portugal de apenas quatro por cento, contrabalançando com uma média de dez por cento nos países europeus mais desenvolvidos”, explica Maria José Silva, professora no Departamento de Gestão e Economia da UBI. Esta foi a principal problemática abordada na conferência sobre empreendedorismo, do passado dia 13 de Abril.
Maria José Silva e Mário Raposo, vice-reitor da UBI, foram os convidados para apresentarem mais uma conferência sobre empreendedorismo, desta vez direccionada especificamente para os alunos de engenharia. Esta iniciativa dos Departamentos de Engenharia Electromecânica e de Gestão e Economia pretendeu sobretudo difundir uma cultura de empreendedorismo dentro da Universidade, assente numa base tecnológica.
O desenvolvimento de empresas de base tecnológica, alicerçado na investigação que é feita nas universidades, possibilita a origem de produtos inovadores. Posteriormente, estes serão comercializados como produtos de maior valor acrescentado e com maior penetração nos mercados mais desenvolvidos a nível mundial. “É necessário aproveitar as tecnologias da engenharia e complementá-las com a economia e a gestão, para se conseguir a criação de empresas bem sucedidas” – afirma Maria José Silva.




Fomentar a iniciativa individual

Considerada como uma das actividades fundamentais para promover o emprego, a riqueza e o desenvolvimento de empresas de um País, “o empreendedorismo deve fazer uma interligação entre as universidades e o meio empresarial” – salienta Mário Raposo. O vice-reitor da UBI adianta ainda que “a UBI, mais do que ensinar e investigar, tem um espírito ligado ao empreendedorismo”. Neste sentido, o estímulo dado aos alunos para esta temática passa por leccionar disciplinas de empreendedorismo em quase todas as licenciaturas da Universidade da Beira Interior. Além disso, a Universidade está a apostar ainda na criação de um curso de empreendedorismo, para fazer uma adequação da tecnologia ao fim empresarial, cujo objectivo final é a venda do produto no mercado.
Também o Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã (Parkurbis), uma ideia que surgiu da UBI, vai dispor de um Centro de Apoio à Investigação e ao Empreendedorismo (CAIE). Este centro tem como função fornecer apoio para a criação de planos de negócios de empresas e dar formação avançada na área do empreendedorismo.