Miguel Nascimento adianta que este projecto "seria um bom investimento da Covilhã"
Proposta de Miguel Nascimento
Capital da Cultura fica na gaveta

O único vereador na oposição, na câmara social-democrata da Covilhã sublinha a importância da cidade neve se candidatar a este projecto. Segundo o socialista Miguel Nascimento “seria um pólis para a cultura”. O executivo não julga o mesmo a deixa o projecto na gaveta.


NC / Urbi et Orbi


Para já, uma eventual candidatura da Covilhã a Capital Nacional da Cultura não vai avançar. E embora o executivo diga que a sugestão do vereador da oposição, Miguel Nascimento, é uma boa ideia que pode vir a ser estudada, sublinha que a autarquia “não tem capacidade para alinhar numa coisa desse género”, frisa o presidente em exercício da edilidade, Alçada Rosa.
A ideia foi lançada por Miguel Nascimento em 2002, numa Sessão de Câmara pública realizada no Dominguiso, numa altura em que se começava a falar nessa iniciativa, que arrancou em Coimbra no ano passado e este ano decorre em Faro. Na reunião do executivo o vereador socialista questionou a maioria sobre as suas intenções relativamente a esta matéria, mas ouviu Alçada Rosa dizer que não se trata de uma questão urgente.
O presidente em exercício da autarquia covilhanense lembrou que Coimbra ainda está sem receber verbas e sublinhou que o Governo ainda não definiu com clareza o que é uma Capital da Cultura. “Que o Estado defina as regras do jogo”, defende. O autarca acentuou ainda que estas iniciativas não se resolvem só com palavras, já que implicam custos elevados.
Nascimento justificou que é um assunto em que tem insistido porque “poderia ser uma âncora para resolver alguns problemas, como o Centro de Artes, com a injecção de dinheiro”. E definiu este projecto como uma espécie de segundo Polis, mas na área da cultura. Numa alusão ao passivo da autarquia Miguel Nascimento acrescentou que a câmara não tem grande margem de manobra, mas salienta que se trata de uma questão de prestígio e que há mecanismos de financiamento.
Por um lado, explica o vereador socialista, o projecto aposta na programação cultural diversa e de qualidade. Mas tem também a vertente do investimento prévio, de financiamento para infra-estruturas culturais. Este responsável adianta que Aveiro já se perfila como a próxima Capital Nacional da Cultura e acentua que gostava de ver em 2007 na Covilhã o resultado do esforço feito nesse sentido. No entanto, não lhe parece que haja vontade. “Já se percebeu que o processo nem sequer está a ser conduzido”, lamenta.
“Eu compreendo e tenho alguma cautela. Não quero que a Câmara embarque em aventuras financeiras para as quais não tenha capacidade, até porque tenho sido um dos críticos quanto à dívida da autarquia”, acrescenta. Quanto à vereadora com o pelouro da cultura, Maria do Rosário Brito, sublinha que “a câmara tem noção exacta dos agentes e estruturas culturais do concelho” e acrescenta que não lhe parece oportuno avançar.