Mestrado em Gestão
Software de código aberto

Cada vez mais utilizado, ainda que pouco ou mal divulgado, o software de “fonte aberta” parece apresentar múltiplas vantagens em comparação com as ferramentas informáticas cedidas por empresas privadas. A tese de mestrado apresentada na UBI vem provar isso mesmo.

Por Eduardo Alves

O software de "open source" pode vir a ser um forte concorrente dos actuais programas informáticos

António Manuel Ferreira Azevedo Simão veio à UBI apresentar uma tese de mestrado na área da Gestão, toda ela baseada num programa informático. O autor da tese apresentada, no passado dia 11, começa a explicar o propósito de alguns programas de “Open Source”, e depressa se chega à conclusão que este tema tem muito a ver com o dinheiro e com as aplicações deste.
O autor explica que um programa de “Open Source” é aquele pelo qual o seu utilizador “não necessita de pagar taxas, nem validações”. Este tipo de ferramenta informática é desenvolvida com a ajuda de todos os interessados, um deles, o autor da tese, que esteve integrado na equipa de tradução do “Open Office” para português. Um programa semelhante ao Microsoft Word, mas de “fonte aberta”, colocada à disposição de quem a quiser utilizar.
Ao contrário do que se verifica com os programas informáticos actuais, este tipo de software não paga qualquer taxa de utilização ou de compra. E foi neste ponto que António Simão introduziu a Gestão.
Segundo este investigador, países como a Alemanha, a França ou a Espanha introduziram este tipo de software nas suas redes públicas, deixando de pagar as licenças de programas informáticos “que custam milhões”. Só no caso do Brasil, “onde este software foi implementado na rede pública, pouparam-se mais de 58 milhões de dólares”.
António Simão refere que este tipo de programas “ainda não são muito utilizados, porque também estão pouco divulgados”. Uma situação que o autor da tese espera ver alterada dentro em breve.
Este trabalho intitulado “O Papel do Software de Código Aberto/Software Livre nas Organizações” recebeu nota positiva de um júri constituído por Luís António Nunes Lourenço, professor associado da Universidade da Beira Interior, Mário Marques Freire, professor associado da Universidade da Beira Interior e Maria Joana Candeias Carvalho Barrulas, investigadora do Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial.