O perigo de derrocada ameaçava grande parte do edifício
Igreja Matriz do Teixoso
Reaberta aos fiéis no domingo

A vila do Teixoso inaugurou, no domingo, 7, a remodelação da sua Igreja. O edifício histórico sofreu obras desde Junho do ano passado, embora com alguns atrasos, abriu agora ao público.


Filipa Minhós
NC / Urbi et Orbi


Desde Junho de 2004 que os habitantes do Teixoso esperavam ver as obras de recuperação da Igreja Matriz da vila terminadas. “É um templo que faz muita falta. Fico imensamente feliz em vê-lo de novo erguido”, refere Francisco Ferreira Marques, 82 anos, habitante natural do Teixoso.
Os trabalhos de recuperação da Igreja tinham um prazo de execução de 10 meses, mas contaram com atrasos provocados por pequenos obstáculos. Segundo o pároco da freguesia, Alberto Almeida, as obras estiveram interrompidas durante cerca de três meses devido ao aparecimento de umas urnas no interior da Igreja e, segundo consta, de valor arqueológico, dado a elevada antiguidade do edifício, que data de 1593. Afinal, lamenta, de nada valeu a interrupção, uma vez que os túmulos acabaram por não sofrer qualquer tratamento ou alteração. A obra, suportada pela Câmara Municipal da Covilhã e pelo apoio monetário dos habitantes teixosenses, está ainda rodeada de andaimes, e de pessoal trabalhador a terminar os últimos reparos. “Na minha opinião, o atraso foi provocado pela falta de verbas. Como na altura não havia dinheiro, conforme as esmolas do povo, assim se ia fazendo a reconstrução”, defende António Rebelo, 60 anos e teixosense de gema.
Justificações de atrasos à parte, todos os habitantes da vila se encontram muito satisfeitos com a remodelação da Igreja Matriz. A celebração da Eucaristia vai finalmente abandonar o Salão Paroquial, considerado por todos como um local pequeno e com poucas condições para acolher tantos fiéis. “Nem sempre fui à missa no Salão Paroquial. O sítio não era próprio, o chão era inclinado, e era um local muito frio no Inverno e muito quente no Verão. Apenas remedeia enquanto a Igreja não estiver pronta”, salienta Francisco Marques.
Ver o edifício histórico renovado e conservado agrada aos habitantes do Teixoso, pois se “o templo é uma relíquia, há que conservá-lo”, afirma José Felizardo, natural do Teixoso, mas emigrante em França há mais de 30 anos. Todavia, há quem não descarte a ideia de que a construção de um novo templo de raiz seja um projecto necessário para a vila. “Com uma povoação tão grande, o Teixoso já merecia uma igreja nova. Mas é claro que concordo com as obras de conservação da Igreja Matriz, um verdadeiro monumento histórico”, conclui Isilda Malaca Casteleiro, habitante da vila.