ASTA apresenta nova peça
Pontos de vista diferentes num espaço original

O próximo projecto da ASTA vai revolucionar o tradicional palco onde decorrem as representações. Uma iniciativa que junta actores de vários pontos do globo na Covilhã.

Por Eduardo Alves

Esta produção nasce da parceria entre várias entidades ligadas ao teatro

Imagine-se um barco no meio do oceano, navegando à deriva e sem rumo certo. Mas imagine-se também um ser humano perdido numa grande cidade. Olhares atentos, fixos naquela alma perdida por entre os inúmeros anónimos. Por mais que essa personagem central olhe em seu redor nunca será capaz de percepcionar todos os seus próprios movimentos. É impossível ao ser humano conseguir aperceber-se da sua imagem, pelas costas, ou mesmo de perfil. Todavia, aqueles nos vislumbram, conseguem ter essa imagem. E é nesses pontos “escondidos” que a ASTA vai apostar na sua próxima representação. A peça carrega o título de “A Balada do Velho Marinheiro” e é da autoria de Ruth Mandel. O cenário estreia o conceito “cruciform theatre”. Uma enorme cruz dá forma à plateia que tem lugar em cada um dos quatro cantos. Isto para que “cada espectador tenha uma ideia diferente da acção do representante”, refere Harvey Grossman, o mentor deste conceito.
A peça vai assim ser exibida para um público de 24 pessoas e não mais. O espaço teve de ser apropriado para as dimensões requeridas e a ASTA trabalha agora numa antiga fábrica de lanifícios junto à zona da Palmatória, na Covilhã. Este novo projecto vai estrear a 15 de Outubro e estará em cena até 24 do mesmo mês. Durante os dias de actuação a ASTA vai representar a mesma peça três vezes ao dia. Um projecto com um orçamento total a rondar os 60 mil euros e que junta artistas de vários pontos do globo.