Ensino Superior 2005/2006
Mais vagas, mas menos alunos

Este ano registou-se um decréscimo no número de estudantes a candidatar-se ao Ensino Superior, menos 3619 que no ano passado. Na UBI essa diminuição também se fez sentir. A taxa de ocupação foi de 63,14 por cento e um terço das vagas disponibilizadas ficou por preencher. Os cursos de ensino e da área das engenharias continuam a registar um decréscimo de alunos. Para o reitor da instituição "há áreas em que a situação é óptima, mas há outras em que é, de facto, preocupante".

Por Catarina Rodrigues

A UBI preencheu, nesta primeira fase, 63,14 por cento do total das suas vagas

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No ano lectivo 2005/2006, 33.520 estudantes conseguiram uma das 46.399 vagas abertas para o Ensino Superior. Cerca de 90 por cento dos candidatos conseguiram assim uma colocação na primeira fase do concurso. Os 5.456 que não tiveram nota para entrar poderão ainda candidatar-se à segunda fase de acesso, que decorrerá até ao próximo dia 23 de Setembro e na qual estão ainda disponíveis 12.898 vagas. Seis em cada dez alunos colocados na primeira fase conseguiram ficar num curso e estabelecimento de ensino da primeira escolha, 62 por cento dos estudantes colocados ingressarão no ensino universitário e os restantes 38 por cento em institutos politécnicos.
A Universidade da Beira Interior recebe, nesta primeira etapa, 723 novos alunos. Para a segunda fase estão ainda disponíveis 422 lugares. No ano passado foram preenchidas, na UBI, 77 por cento das vagas. Nessa altura, d as 1105 vagas iniciais ficaram por preencher 247, sendo que 15 licenciaturas preencheram a totalidade das vagas logo na primeira fase do concurso. Este ano, apenas nove cursos da UBI preencheram totalmente as vagas disponibilizadas. Neste grupo inserem-se os cursos de Medicina, Ciências Biomédicas, Arquitectura, Marketing, Psicologia, Sociologia, Cinema, Design Multimédia e Design Têxtil e do Vestuário. Sem alunos, ficaram os cursos de Engenharia Química, Ensino de Física e Química e Ensino de Informática. As licenciaturas de Português e Inglês e Engenharia Têxtil contam apenas com um aluno colocado nesta primeira fase. Manuel dos Santos Silva, reitor da UBI considera que “há áreas em que a situação é óptima, mas há outras em que é, de facto, preocupante”. Ainda assim, o reitor sublinha que “o cenário verificado na UBI é o reflexo do que se verifica a nível nacional, sobretudo na área das engenharias, da matemática e da física”.
A nota mais alta do último aluno colocado na UBI foi registada no curso de Medicina com 183,6, que subiu em relação ao ano passado (180,7) seguida do curso de Arquitectura com 154,7, da nova licenciatura em Ciências Biomédicas com 153,2 e de Psicologia com 149,6. A nota mais baixa é atribuída ao curso de Português e Espanhol, com 102,8, seguido de Filosofia com 103,2.




Cenário idêntico a nível nacional

As duas outras instituições de Ensino Superior da região também registaram um decréscimo no número de alunos. No Instituto Politécnico da Guarda foram ocupadas 414 vagas das 799 disponibilizadas. Os cursos de Professores do Ensino Básico, variante de Português/Inglês, Engenharia Topográfica e Engenharia Civil não tiveram alunos colocados. No Instituto Politécnico de Castelo Branco foram ocupadas 618 das 969 vagas, mas nenhum curso ficou sem alunos.
Pela primeira vez, os estudantes que tiveram nota de candidatura negativa, ou seja, menos de 9,5 valores, não ingressaram no Ensino Superior, por causa da nova legislação de acesso às universidades e politécnicos.
Em relação ao ano anterior as vagas disponíveis aumentaram de 46.057 lugares para 46.399, mas diminuíram os alunos que procuraram ingressar em Universidades ou Institutos Politécnicos. Em 2004 foram 42.595 os candidatos e em 2005 o número baixou para 38.976.
A nível nacional, os cursos de Medicina, Direito, Ciências Farmacêuticas e Arquitectura, registaram o maior número de colocações, e a maioria destes cursos ficou já sem vagas disponíveis para a segunda fase. Os cursos das áreas de ciências e tecnologias foram muito procurados, em contraste com ramos ligados à educação e humanidades, que continuam a registar um decréscimo da procura dos jovens que desejam continuar os seus estudos após o secundário. Uma situação que reflecte a saturação das saídas profissionais nestas áreas.
O curso de Medicina voltou a registar a nota de entrada mais elevada, ultrapassando a fasquia dos 18 valores, quando em 2004 tinha ficado ligeiramente abaixo, pela primeira vez desde 1996. A nota mais baixa, a nível nacional, foi registada no curso de Geografia, na Universidade de Lisboa, com 9,9 valores. Da totalidade dos cursos que abriram vagas para este ano lectivo, 20 não tiveram qualquer candidatura e um em cada quatro cursos tem menos de dez alunos.
Os resultados da primeira fase de acesso ao ensino superior público foram ontem, segunda-feira, afixados e os dados estão também disponíveis na Internet no endereço www.acessoensinosuperior.pt.