Os profissionais de saúde reuniram na Covilhã para debater vários temas da medicina
X Congresso de Medicina
Formação médica em grande

A UBI tornou-se nos últimos dias o centro de formação médica. Na Covilhã mais de uma centena de profissionais de saúde estiveram reunidos para debater as principiais questões relacionadas com medicina familiar.


Por Eduardo Alves


Durante quatro dias mais de uma centena de médicos estiveram reunidos na Covilhã para debaterem vários pontos relacionados com as práticas médicas. O X Congresso Nacional de Medicina Familiar que teve início no passado dia 24 e termina hoje, dia 27 decorreu em paralelo com o IV Encontro Nacional de Internos de Medicina Geral e Familiar. Ambas as iniciativas partem da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG).
Os trabalhos realizados nestes encontros dividem-se em áreas fundamentais da saúde. Segundo os responsáveis, muitas das questões tratadas nestes encontros são fundamentais para as boas práticas médicas. Tânia Silva, médica de família no Centro de Saúde de Caldas da Rainha deslocou-se à UBI como membro dos corpos directivos da APMCG. Para esta profissional, “discutem-se questões de saúde que vão desde o nascimento até à velhice”. Daí o vasto leque de palestras apresentadas ao longo dos vários dias em que decorrem os eventos.
Para esta responsável, as medidas mais importantes que saem das reuniões da Covilhã são aquelas que apontam “os novos caminhos a percorrer nos cuidados de saúde prestados às crianças e aos idosos”. Estas duas faixas etárias representam “o grosso das consultas médicas prestadas nos centros de saúde”. A área dos cuidados continuados e dos tratamentos aos idosos são fundamentais “para a medicina actual e de futuro”, reitera a profissional de saúde.
Apostar nos cuidados de proximidade e na relação entre hospitais e centros de saúde são outras das ideias que resultam deste décimo congresso. Para esta associação médica, outra das grandes metas a alcançar no futuro próximo prende-se com “a formação médica contínua”. No entender dos dirigentes, este ponto “não pode ser descurado”.



UBI com programa exemplar

Vários alunos de medicina participaram no evento

Para João Sequeira Carlos, um dos dirigentes da Associação de Médicos de Clínica Geral, a UBI é um exemplo a seguir. Isto porque, este médico traça vários elogios ao método formativo adoptado pela instituição covilhanense, no que respeita à licenciatura em medicina.
A Covilhã tinha já sido escolhida, no ano passado, para a realização destes eventos, “mas compromissos de agenda”, levaram a que em 2004 os encontros se realizassem noutra localidade. Este ano, a APMCG não esqueceu a cidade neve e apostou em grande na realização deste congresso na Covilhã. Com o exemplo da UBI “queremos mostrar aos participantes, entre eles alunos de medicina, que os médicos devem também escolher áreas onde não existem especialistas”.
Os recursos humanos na saúde “são fundamentais”. Para João Sequeira Carlos existe número suficiente de universidades a formar médicos, “não há é uma efectiva orientação para cobrir as áreas com mais necessidades”. O alerta fica dado e a associação espera vir a modificar este cenário.