"O Campo"
A palavra como arma e armadura

A companhia de Teatro Baal 17 apresentou a sua mais recente produção. Uma peça intitulada “O Campo”.

Por Carina Ramos

Casos de vida apresentados numa peça intrigante

“O Campo, do dramaturo inglês Martin Crimp, foi a peça escolhida pela Companhia de Teatro Baal 17 para levar ao palco no sexto dia do Festival de Teatro da Covilhã, organizado pelo Teatro das Beiras.
“As personagens servem-se da palavra como se esta fosse uma arma e simultaneamente uma armadura“, descreve Rui Ramos, encenador. Perante casa cheia, as três personagens em cena, Corine (Sónia Botelho), Ricardo (Marco Ferreira) e Rebeca (Telma Saião) “escondem-se por detrás do sentido das palavras para impedir o seguimento de uma discussão, para ocultar o pensamento e se esconderem“, explica Rui Ramos. Corine, Ricardo e os seus filhos, personagens sem nome, que apesar de estarem sempre presentes, nunca aparecem, deixaram a cidade para viverem no campo, com esperança de assim resolverem os seus problemas. No entanto, “chegamos à conclusão nesta peça de que os problemas que estão com as pessoas não mudam, independentemente de se mudar de paisagem”, afirma um dos actores.
Em palco desde 2000, a Companhia de Teatro Baal 17, com sede em Serpa, já produziu nove espectáculos para o público em geral e infanto-juvenil. ”O Campo” estreou em Junho de 2004 e teve a sua última apresentação na Covilhã. “Beijo no Asfalto” é a próxima peça desta companhia, do dramaturgo brasileiro Nélson Rodrigues, com estreia marcada para Dezembro.